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MEMÓRIA_

Pão de coco a forma mais cearense de desejar Feliz Páscoa!

Na foto: Pão de côco para Páscoa
Foto: Kléber A. Gonçalves, em 16/03/2005
Na foto: Pão de côco para Páscoa Foto: Kléber A. Gonçalves, em 16/03/2005 (Foto: O POVO)

Quer movimentar uma mesa cheia de gente? Só começar a puxar uma conversa sobre comida e afeto. De repente as pessoas descolam do encosto da cadeira, arregalam os olhos e começam a disputa pela voz. "Porque na minha época...", "lá em casa em dia de festa não pode faltar..." e por aí vai se desenrolando o assunto que não parece ser possível de se esgotar. Mas para além dos gostos e tradições individuais de cada família e/ou indivíduo, todos possuímos uma memória afetiva e gustativa que se constrói de acordo com o meio em que vivemos. No caso o contexto local de sermos cearenses, nordestinos e brasileiros. Isso diz muito sobre nós, o que gostamos de comer, o que fez parte de todo esse espectro de gosto que nos é inserido desde quando ainda somos bebês.

A maioria de nós ama coentro, feijão verde, milho, macaxeira, carne de sol, peixe frito, as frutas locais (pitomba, siriguela, graviola, cajarana, jambo, entre outras), cajuína. Esses gostos são tão nossos que não parece que existe um mundo inteiro por aí que não se sente familiarizado com eles. Sempre me espanto quando alguém diz que não gosta de coentro. Para mim é como se não fosse possível comer sem ele, quase como sal, sabe? Porém basta sair do Nordeste que o coentro não é mesmo uma unanimidade.

E nesse período específico de proximidade com a Semana Santa temos um produto tão cearense entupindo as prateleiras de supermercados e padarias que mal nos damos conta de que é uma tradição super local e nossa. O queridíssimo pão de coco.

Claro que ele passeia nas gôndolas o ano inteiro, mas nesse período sua fabricação e venda chega a números surpreendentes. Talvez seu consumo no período próximo à páscoa tenha uma ligação com a questão da partilha do pão no momento da Santa Ceia e o simbolismo do mesmo associado ao corpo de Cristo. Especulações religiosas à parte, independente da sua crença, o pão de coco está aí para agradar do cristão ao agnóstico.

Sua casquinha dourada levemente crocante e com uma doçura do coco contrasta com seu miolo branquinho e macio. Para comer puro, como uma rabanada ou apenas com manteiga, o pão de coco é um queridinho cearense com tons de unanimidade. Além de ser um lindo e afetuoso presente. Fica a dica amigos.
Boa Páscoa a todos!

Bia Leitão