PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Primeiro olhar

14/07/2019 02:17:57

Embora tenham sido identificados alguns benefícios do tempo de tela interativa e de alta qualidade, o tempo excessivo do dispositivo tem sido associado a um número de fatores físicos, comportamentais e no desenvolvimento intelectual. "Quando as crianças estão observando telas sem um componente interativo ou físico, elas não praticam habilidades motoras grossas, como caminhar e correr, o que, por sua vez, pode atrasar o desenvolvimento nessa área", diz Mariana Krueger, neurologista infantil. As telas também podem limitar as oportunidades de comunicação, que são essenciais para promover o crescimento e o desenvolvimento. Até os dois anos, principalmente. "Nessa faixa, a criança ainda não consegue transferir o que vê na tela para a realidade. E o cérebro imaturo necessita de boas doses do mundo real à sua volta, para que se estruture como o esperado. São os estímulos recebidos desse ambiente externo que aumentam as conexões entre os neurônios", explica a psicóloga, Sarah Castelo Branco. Com o mesma entrega e sensibilidade à psicologia infantil, Beatriz Sernache atenta que a tecnologia não está ali para substituir os cuidados e as funções dos pais. A criança precisa de outras pessoas que estejam ali disponíveis para ela. "O ser humano é bastante prematuro, ele precisa do outro para se desenvolver, para interagir e entrar na cultura", lembra.

TAGS