Logo O POVO+
Uma voz do recomeço
Paginas-Azuis

Uma voz do recomeço

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Pouco depois da primeira hora (no Brasil) do dia 29 de novembro de 2016, ao deixar de ouvir o barulho das turbinas do avião da Lamia em que viajava para Medellín-COL com a delegação da Chapecoense, o jornalista Rafael Henzel ficou preocupado. Imaginou que uma queda imediata fosse ocorrer. Os minutos passavam, e, apesar da angústia, nada acontecia. Na cadeira do meio da penúltima fileira, ele chegou a dizer para os colegas que acreditava que o pior já tinha passado. Logo em seguida, houve o choque com a montanha Cerro Gordo, hoje chamada de Cerro Chapecoense.


Depois do impacto, Henzel só lembra de ter acordado no meio do mato, com dois colegas mortos ao lado e de ter visto um poste de luz, que lhe deu esperanças de ser resgatado. Antes de chamar por socorro ao ouvir gritos em espanhol que procuravam por sobreviventes na montanha, o narrador oficial da Chapecoense na Rádio Oeste Capital chegou a desmaiar. Ele não tinha noção do tempo, o que exatamente tinha acontecido, nem como conseguiu escapar e ser um dos seis sobreviventes do acidente que matou 71 pessoas.


Ao invés de procurar explicações, hoje ele busca dividir a experiência, não de sofrimento, mas de recuperação e recomeço. Antes de conceder entrevista ao O POVO, em Fortaleza, avisou que não falava mais sobre detalhes do acidente. No livro que escreveu, Viva como se estivesse de partida, apenas o primeiro capítulo abre espaço para a tragédia. Os demais têm como abordagem a reconstrução de sua vida.


O POVO – Antes da entrevista você disse que não falaria especificamente sobre o acidente. Por que isso te incomoda?


Rafael Henzel – Não me incomoda. Eu só não falei do acidente nos três dias que estive entubado, na Colômbia. Só que eu acho que nós não precisávamos toda hora bater na mesma tecla. Até maio (do ano passado) a gente deu as entrevistas, eu achava que era importante falar para tirar todas as dúvidas das pessoas, porque logo no início foi dito que teria dado confusão dentro do avião, todo mundo desesperado, mas não aconteceu nada disso. Ninguém sabia de nada. A gente não tem nem a proporção do que isso ameniza a dor dos familiares, que de repente pensaram que seus parentes tinham agonizado, gritado ou sofrido no avião, não, isso não aconteceu, então eu precisava falar. E depois eu parti pra parte da reconstrução. Como é que um cara que caiu a 243 quilômetros por hora conseguiu voltar 40 dias depois do acidente? E só não voltou 25 dias ou 32 dias depois porque não tinha futebol (acontecendo), caso contrário teria voltado com maior prazer, mesmo sem as sete costelas que eu quebrei estarem cicatrizadas ainda.


OP – A viagem para Medellín foi a primeira que vocês fizeram junto com a delegação da Chapecoense?


Rafael Henzel – Não, teve Barranquilla antes, que foi junto com a delegação e com o próprio voo da Lamia.


OP – Então vocês não tiveram nenhum tipo de preocupação para o voo de Medellín, com a mesma companhia?


Rafael Henzel – Não, não. E você não entra em avião achando que vai cair. Você pensa em andar e fazer o jogo. E quando eu vou viajar tenho certeza que todos os documentos da empresa, todo o volume de combustível, o plano de voo foi muito bem analisado pelas autoridades. Coisa que não aconteceu com a gente e o resultado foi esse. Você não vai chegar em tal lugar e pedir toda a documentação da aeronave, para isso tem as autoridades responsáveis. E nesse voo especificamente a gente já viu por tudo que se investigou que foi uma sequência de erros. Não só do piloto, foi uma sequência que começou com a aprovação do plano de voo. Como foi aprovado que o mesmo tempo de voo fosse a capacidade de combustível da aeronave? É isso que tem que ser apurado e os responsáveis punidos criminalmente e financeiramente.


OP – Você se sente injustiçado com isso?


Rafael Henzel – Eu não posso me sentir injustiçado porque eu estou vivo. Estou trabalhando, rodando o Brasil, rodei a América, fui pra Barcelona, tudo às minhas custas, mas é o meu trabalho e eu achava que eram momentos importantes da minha vida estar presente nesse ano de reconstrução. Injustiçado é quem ainda não teve seus direitos atendidos. São 64 famílias de brasileiros que perderam a vida, então eu acho que tudo vai ficar menos dolorido quando as pessoas tiverem seus direitos e há duas associações lutando por isso. A Chapecoense também tá dando apoio e agora ainda mais transparência a essa discussão,.apesar de eu achar que a Chapecoense não é culpada do acidente, porque se tivesse dúvida não viajaria presidente, não viajaria quem pagou a conta, quem fez a cotação do avião, quem programou a viagem, então era tão confiante que todos viajaram e todos morreram.


OP – Voltando a falar do acidente, quando a ficha caiu?


Rafael Henzel – Já no local, apesar que não vi o avião, que desceu a 200 metros de onde eu estava. Mas ali eu já tive uma noção. Depois, quando fui desentubado no hospital, a televisão na UTI só mostrava a imagem do avião destroçado. Eu não conseguia lembrar de tantas pessoas que estavam dentro do avião e perguntava muito pro meu primo quantos tinham morrido. Ele só falava “aqui no hospital tem Alan (Ruschel), Neto, (Jackson)Follmann e você”, mas ele não me falava dos demais. Mais ou menos um ano depois é que eu pedi a lista completa.


OP – Em uma entrevista concedida ainda enquanto estava hospitalizado na Colômbia, ao programa Fantástico, você disse que a maior vontade era pisar em Chapecó. Como foi voltar para lá?


Rafael Henzel – É engraçado porque eu não tinha essa coisa de “brasileiro sobrevivente de acidente aéreo na Colômbia voltando para o seu país”. Eu sou um cara muito simples e achava que meu objetivo era voltar pra Chapecó, não para o Brasil. Eu nunca glamourizei o acidente, não, eu queria voltar pra minha casa, pra minha família, pros meus cachorros, pros meus amigos, voltar pra continuar minha vida. Esse era meu sonho. Só não consegui realizar imediatamente porque não consegui pisar. Eu cheguei de maca e a única quebra de protocolo foi meu filho entrar pra me abraçar. Fui para um hospital e fiquei só mais uma semana. No 22º dia depois do acidente eu estava em casa.


OP – Em algum momento você pensou em abandonar o futebol ou qualquer coisa ligada a isso?


Rafael Henzel – Jamais, nem por um minuto. Quando se está vivo depois de uma tragédia dessas a única coisa que você não pode fazer é desonrar aqueles que se foram, que com certeza estariam no mesmo lugar. Jogador estaria jogando, a Chapecoense ter se classificado para a Libertadores e jogar do jeito que jogou é uma homenagem àqueles que se foram. Eu estar narrando jogos também é uma homenagem àqueles que se foram da imprensa (21 profissionais de mídia morreram), porque eles eram proativos, eles não iam parar.


OP – Antes do acidente você já acreditava em milagre? E hoje, como você descreve milagre?


Rafael Henzel – Eu podia ter sido muito hipócrita e dizer que no momento que apagaram as luzes eu rezei, eu chamei por algum santo, mas não. Eu tentei entender o que tava acontecendo e achar uma solução. Eu peço muito a nossa padroeira pelos outros, para mim eu não peço mais nada, eu só agradeço, não precisa mais nada.

As pessoas acreditam em milagres, mas elas nunca viram um. Isso que gera proximidade. Eu tive dois pulmões perfurados, estava hipotérmico, pneumotórax, sangue dentro do pulmão, peito todo instável, sete costelas quebradas e fiquei ali aguentando. E isso, sendo levado para o hospital, depois do período de recuperação. E voltar é porque a oração é muito forte. Não pelo Rafael, pelo Alan, pelo Neto, pelo Follmann, mas pelos sobreviventes, pessoas que estavam ali lutando. Eu sempre digo que não tenho CPF de sobrevivente, eu sou um sobrevivente e só as orações para que a gente pudesse se recuperar.


OP – Você se sente especial por ter escapado de um acidente como aquele?


Rafael Henzel – Eu fico agradecido, mas tem que se tomar cuidado como fala, porque pode parecer aos olhares dos outros que somos presunçosos, arrogantes. Só que eu não posso me punir por estar vivo. Eu tenho que tentar, dentro do possível, sorrir para as pessoas para que elas se encantem com a vida. É a mesma coisa do Alan, quando foi jogar contra o Barcelona. Podia tomar 10 a 0, mas a volta do cara que ficou a um centímetro da cadeira de rodas ser em Barcelona, onde o mundo tá vendo aquilo, isso ilumina a vida de milhões de pessoas que de repente por um problema menorzinho estão se entregando, não querem mais viver.


OP – Você acredita que hoje tem uma missão de alertar as pessoas que elas precisam valorizar mais a vida?


Rafael Henzel – Eu sou um sujeito inconformado, porém eu sei dar valor ao que os outros não têm, que é a vida. Nós temos famílias chorando até hoje e eu tenho uma coisa que muita gente queria ter que é uma segunda chance. Tenho alguma missão? Pode ser que eu falando contigo agora tenha a missão de levar essa palavra de confiança, de acreditar, porque eu nunca pensei em morrer nenhum momento. Nem dentro do avião, nem fora do avião, nem no hospital, nunca pensei em morrer. As pessoas precisam ser incentivadas a acreditar e não desesperançar nunca. Então se essa for a minha missão que eu continue levando. Vida longa pra mim e pra minha família e que eu possa aproveitar bem essa segunda chance.


OP – Quando você decidiu escrever o livro?


Rafael Henzel – Comecei a escrever porque eu participava de alguns programas em rede nacional e o pessoal entrava na minha rede social pra dizer que eu tinha dado um tapa de luva na cara porque as pessoas mesmos falavam que estavam com uma dorzinha que achavam que era o fim do mundo e depois que eu escrevi e elas começaram a ler, melhoraram. Eu comecei a palestrar também em alguns momentos, no sentido de valorizar a vida. Tem época que são 34 pessoas por dia que se matam no Brasil, o setembro amarelo mostrou isso. Poxa, é tão bom viver! E eu não quero que as pessoas leiam o livro e tenham pena, porque eu não sou vítima. Eu quero que as pessoas olhem nelas, se mirem num problema e vejam que o problema delas não era tão grande assim. Elas podem reverter, sozinha ou com ajuda de amigos, mas que é possível reverter. E os resultados que me contam depois são espetaculares, só por isso vale a pena.


OP – Alguns familiares de vítimas criticam a venda de produtos em cima da tragédia, como uma camisa especial da Chapecoense (que Henzel vestia) e como seu livro. Você já foi criticado por isso e como você recebe?

 

Rafael Henzel – Primeiro que a Chapecoense não ligou para jogar com o Barcelona (um amistoso foi realizado no ano passado graças a um convite do clube espanhol). É óbvio que tem (críticas), você tem que balancear o que é razão e o que é emoção e eu não sei se não seria assim com a minha família também. O que as pessoas muitas vezes não sabem é que teve familiar que levou R$ 3.5 milhões para casa. Dificuldades passam os jornalistas, os convidados, os familiares, membros da comissão técnica, aqueles que menos ganhavam. A Chapecoense repassa dinheiro que veio do Barcelona, do amistoso com a Roma, ela repassa, ela rateia, só que tudo é dividido por 64 (as vítimas brasileiras). Para que cada um tenha R$ 50 mil tem que ter 3 milhões e meio de reais, por exemplo, essa que é a diferença. A conta precisa ser fechada. Existem duas luzes, aquela que vai te atrapalhar, te ofuscar e aquela que vai te iluminar.

Eu vou na luz que vai me iluminar. Quem comenta sobre livro de tragédia, que o cara vai ficar rico em cima disso, é porque realmente nunca leu um livro, nunca pesquisou quanto é que se ganha pra escrever. Um livro de R$ 25 é pra atingir o maior número de pessoas, não é para você ficar rico. É para atingir o coração das pessoas, esse é o objetivo. Do contrário, colocaria a R$ 50 e um título “Exclusivo - veja dados sobre a tragédia” e não é. “Viva como se estivesse de partida” é o título.


OP – Você relata no livro a solidariedade do povo colombiano. Mesmo estando em Medellín e naquele situação, você conseguiu se sentir sob cuidados de pessoas próximas?


Rafael Henzel – O povo colombiano deu um grito, porque ele sempre foi sufocado pelo narcotráfico. Ele foi prejudicado pela violência que os cartéis sempre originaram. Depois com as Farcs ou sequestros, então o pessoal ficou meio refém. Existe muita pobreza, mas naquele momento eles mostraram para o Brasil que o importante e o bonito é sentir a dor do outro. Nós não temos nenhuma ligação econômica, cultural, esportiva, estamos a 7.300km de lá, tudo isso são ingredientes que não te aproximam. E eles não conheciam nada da Chapecoense também, eles (do Atlético Nacional-COL) eram os campeões da Libertadores, o melhor time da América do Sul e de repente eles fazem uma homenagem daquelas de juntar 90 mil pessoas no estádio. No nosso caso especificamente de abrir os hospitais para os médicos brasileiros. Até hoje as pessoas me mandam fotos das homenagens feitas lá no local, então isso demonstra que o povo colombiano precisava de uma oportunidade de dar um grito. “Olha, nós não somos o que pintaram até a década de 90, do narcotráfico, do Escobar (líder do cartel de Medellín)”. Eles mostraram que não havia pobreza ou qualquer outra coisa que separasse aquelas torcidas.


OP – Você diz em sua conta no Twitter que tem duas datas de nascimento, a original (25/08/1973) e a do dia do acidente (29/11/2016). Qual a diferença do Henzel de 44 anos para o de um ano de idade?


Rafael Henzel – Eu não ter mudado por causa do acidente. Eu sou o mesmo Rafael que acorda às 6h15min da manhã todo dia, faço os dois programas de rádio que eu tenho, narro os jogos da Chapecoense. Claro que 2017 foi um ano muito emotivo, como o último gol do Túlio sobre o Coritiba (gol que classificou a Chapecoense para a Libertadores 2018). Eu me orgulho de ter voltado a fazer tudo aquilo. A mosquinha azul não me mordeu, eu poderia ter saído de Chapecó, ido pra São Paulo, viver de palestras.

Mas o meu negócio é lá em Chapecó. Seria muito contraditório meu sonho pós acidente ser voltar pra lá e dois meses depois estar indo embora.


OP – Como morador de Chapecó, a cidade já superou tudo?


Rafael Henzel – Eu tiro por mim. Prometi que depois do jogo contra o Coritiba eu não vou mais chorar. Eu não vou me permitir. E a cidade melhorou muito, a vida passa, a vida tá aí, o time ajudou a tirar um pouco essa lacuna que houve. Esquecer jamais, por mais que você ganhe, que vá pra Libertadores de novo, que seja campeão. E eu luto muito pra gente ter um local onde os jogadores vão estar lá sempre. As pessoas vão passar, vão olhar e dizer “poxa, esses caras aqui lutaram pela gente”, como tem na sala de imprensa da Chapecoense também todos os nossos colegas, os 21 que se foram.

O luto não pode ser eterno, a lembrança sim.


OP – Um ano depois você acha que poderia ter feito alguma coisa diferente em relação às autoridades?


Rafael Henzel – No Ministério Público Federal a gente deu depoimento e explicou o que aconteceu. A partir desta investigação compuseram provas de que a Chapecoense está apoiando todas (as famílias). E se a Chapecoense se considera vítima ela tem que também ajudar as outras vítimas. Sobre a questão financeira, a Chapecoense já repassou bastante dinheiro, só que ela não divulga isso. É um erro, mas é uma coisa muito particular. Não vai resolver a vida, não vai trazer ninguém de volta, mas é apenas o direito que as pessoas precisam. Então ela precisa lutar junto como processar o Governo Boliviano que foi o autor da aprovação do plano de voo.


OP – Já passou o primeiro ano do acidente, a primeira conquista depois do acidente (permanecer na Série A do Brasileiro em 2018) e outros momentos marcantes. Quais ainda faltam?


Rafael Henzel – Em 2018 eu não sei o que vai acontecer. Só não poderia acontecer nada em 2017. E dentro da minha pequenez profissional, dentro das minhas limitações eu sempre fui uma voz muito otimista porque eu entendia o que era reconstruir, eu entendia o que era recomeçar do zero. Teve gente que queria derrubar treinador, derrubar diretoria, porque infelizmente futebol é assim. Se acontecesse alguma coisa com Fortaleza ou Ceará, relativo a um avião, daqui a dois meses alguém ia querer um título. E iam xingar a diretoria porque é cosa de torcedor. E eu não aprovo isso.


OP – Você virou a voz nacional da Chapecoense...


Rafael Henzel – Eu tenho que ser o meio copo cheio. De meio copo vazio tem muita gente. O Brasil tá tomado de pessimista e eu não, eu sou otimista. Posso não ser otimista com a classe política, mas eu tenho que ser otimista com o que eu vivo, com o que eu pretendo fazer da minha vida. Então eu tento não deixar a chama se apagar. Em 2017, por exemplo, eu tinha certeza que a gente não ia cair (para a Série B do Brasileiro) e não caímos.


OP – O bordão criado “meu coração transborda de alegria” ao narrar os jogos tem a ver com o acidente, a superação?


Rafael Henzel – Eu pareço outra pessoa narrando. Não respeito os padrões, vou narrando como um torcedor e um dia eu soltei “meu coração transborda de felicidade, de alegria” e aí pegou. Agora todos os momentos precisam transbordar de alegria. Eu falo como se fosse para um jogador “olha a alegria que você dá ao torcedor da Chapecoense”. Sempre digo:sou longe do vestiário e perto do campo. Então, vamos seguir com o coração transbordando de felicidade, sempre.


Origens

 

NATURAL DE SÃO LEOPOLDO-RS, Rafael Henzel se mudou para Chapecó com 8 anos, junto da mãe, que trocou de cidade para trabalhar num frigorífico. Quando adolescente ele trabalhava meio período para ajudar em casa.

 

Esportista


ATÉ OS 15 ANOS, Rafael Henzel jogava vôlei, devido à boa estatura (1.80m), mas depois migrou para o futsal e aos 17 anos chegou a ser o goleiro da Seleção de Chapecó. Teve oportunidade de migrar para o campo e se profissionalizar, mas o trabalho diário para ajudar a mãe o impediu de se dedicar aos treinos. Aos 15 começou a trabalhar com rádio também.

 

Locutor oficial


A VOZ DE HENZEL acompanha a Chapecoense desde a Série C do Brasileiro de 2012, quando as transmissões caíram no colo dele

O que você achou desse conteúdo?