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As lutas no Pirambu e por um poder que venha do povo
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As lutas no Pirambu e por um poder que venha do povo

Aos 75 anos, José Maria Tabosa já não se identifica com nenhum dos partidos políticos. Ele considera assistencialista o governo que chega às comunidades com ideias prontas
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Das mobilizações que começaram no bairro vieram ideias e visões que tentam dar conta de espaços maiores. No início, esteve a busca pela terra para quem estava ameaçado de despejo no Pirambu. Depois, veio novo jeito de pensar Fortaleza: como ela poderia ser gerida, por quem e para quem seria pensada.

Projetos já sonhados por Zé Maria na resistência à ditadura militar e que culminaram na criação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Modelo que, para ele não vingou. Na fala do líder comunitário, existe um ideal de governo que escuta a voz dos moradores dos bairros e cidades. Nos episódios de luta, ele une a gente simples aos detentores do poder público. Um passeio pela história recente do Pirambu e da Capital.



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O POVO - Em algum momento o senhor deixou de morar no Pirambu?

ZÉ MARIA - Não. Nasci e me criei aqui.

OP - Como a sua família chegou ao bairro?

ZÉ MARIA - O meu pai veio de Caucaia e arranjou emprego na fábrica de tecidos, a Ceará Industrial, dos Diogos e do César Cals. Ele trabalhava na fábrica de manhã e à tarde ia trabalhar na casa da família do César Cals. Aí ele viu a mamãe aqui na (rua) Tijubana, que passa paralela ao cemitério São João Batista. Ali minha mãe nasceu e se criou. Eles se encontraram por lá e se casaram. Conseguiram vir para o Pirambu em 1936. Tiveram um bocado de filho, eu sou o sexto. Aqui conseguiram fazer a vidinha deles, a gente morava numas casinhas de taipa. Era um sofrimento danado. Minha infância foi toda aqui, bolando na areia, brincando nos morros.

OP - E o ofício de sapateiro?

ZÉ MARIA - Com 14 anos, eu fiz um estrago. Porque menino é terrível, né? Por aqui tinha as radiadoras e as quermesses, partido azul, partido encarnado... E moleque gostava de andar em grupo. A gente pediu para o rapaz colocar uma mensagem para o grupo da gente. Ele não colocou, a gente deu um tiro de baladeira no soquete dos transmissores, acabou com a quermesse. Passou oito dias sem ter, porque a gente queimou. A gente correu, mas mesmo assim, chegou uma turma lá em casa para conversar com meu pai. Fizeram pagar a radiadora. Ele me deu umas palmadas e ele arranjou pra eu trabalhar com calçados. Comecei ali perto do (hotel) Marina Park, na rua Santa Terezinha, numa fábrica chamada Benedito Oliveira Santos. Eu fazia a limpeza do chão, era contínuo. Mas, como era muito ativo, ficava disponível e às vezes terminava rápido, ia aprender com os companheiros. Aprendi a fazer calçados, corte e costura de calçados. Aprendi rápido, em oito meses já estava sabendo. Foi quando foi melhorando a situação, né? Porque comecei a ganhar mais que meu pai.

OP - Veio desse ofício um maior conhecimento do Pirambu?

ZÉ MARIA - O Pirambu sempre existiu, é claro, mas ele começou a ter movimentação em 1930. A pessoa para arranjar um cantinho aqui ia à Capitania dos Portos, ali na Marinha. O comandante ou o capelão fazia uma avaliação da família. Muitas pessoas vieram do Interior, principalmente (fugindo) da seca, e os que eram conhecidos aqui como “cassacos”, que faziam as estradas de ferro. Eles vinham pra hospedaria, ali na (rua) Olavo Bilac. As pessoas não tinham onde morar, o governo mandava pra lá. Havia uma comunicação entre as pessoas, e a turma veio ocupando o Pirambu. O comandante da Marinha arranjava porque eles tinham uma dominação aqui na praia. Aqui tinha muito peixe, a maioria do pessoal vinha pescava no Interior, em água doce, e foi se acomodando na beira da praia. Começaram a descobrir que tinha muito peixe, e um deles era o famoso peixe pirambu. Diziam: “Vamos pescar o pirambu”. Ficou o bairro conhecido como Pirambu. Essa é a parte que eu não conheci, eu ainda não era nascido. Eu só vim conhecer mesmo o Pirambu depois dos 16 anos. O Vicente Boca Rica era um estivador que trabalhava no cais do porto e tinha ligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Naquela época, o (presidente) Getúlio Vargas era do PTB e era quem dominava a coisa. Aí apareceram dois “donos” aqui do Pirambu: os Braga Torres e os Carvalho. Isso aqui já tinha talvez umas cinco mil famílias. Apareceu esse pessoal para pressionar para expulsar as pessoas das casas ou comprar as terras. E o Vicente Boca Rica, que vivia lá com a turma das articulações políticas, começou a fazer umas reuniões. Fomos meu pai e eu, mas o papai ficou logo com raiva. Ele tinha raiva de comunista. Eu já fiquei com orelha em pé. Comecei a me empolgar com aquilo. Ainda não estava bem entrosado, mas ficava feliz. Descobrimos que os Braga Torres e os Carvalhos não eram bem donos dali. A gente fazia essas reuniões e em 1958 a gente já estava forte mesmo, mas a gente precisava de ajuda. A turma não queria ajuda politiqueira, tinha uma briga danada. O pau cantava, e a gente não queria essa coisa. Porque o povão não foi preparado, não foi educado para isso. A gente ficou em dúvida do que fazia. Teve uma pessoa que disse: “Rapaz, por que a gente não chama o padre Hélio?”. O padre Hélio (Campos) tinha havia pouco tempo se formado capelão da Marinha e vivia ali na Igreja (Nossa Senhora) dos Navegantes. E ia eu sempre no meio. Era o único menino, os outros todos mais velhos.

OP - Como o padre Hélio reagiu?

ZÉ MARIA - Conseguimos falar com ele, ele ficou encantado. Aí o padre, político como todo padre é, começou a compreender que havia interferência partidária muito grande. Tínhamos de 30 a 40 lideranças, e a turma quando se reunia gostava de cantar a “Internacional”, que era comunista. O padre ficava meio arrepiado. Eu não entendia bem, mas estava no meio. Descobrimos que o primeiro bairro daqui de Fortaleza a ser desapropriado foi o Morro do Ouro. Fomos pra lá e aprendemos com eles as articulações. Fizemos articulações com o Barro Vermelho, que era o Antônio Bezerra, com o pessoal de Caucaia, de Parangaba e do Mondubim para ver como a gente fazia essas desapropriações. Ficamos de 1958 a 1960 organizando isso aí.

OP - Então isso foi pouco antes da Marcha do Pirambu?

ZÉ MARIA - No dia 2 de janeiro de 1962, nós saímos com a marcha. Os descamisados a pé. Fomos de ônibus, tinha carroça. Saímos aí na base de 15 mil a 20 mil pessoas. E o estrondo! Eles viram aqueles descamisados gritando “queremos terra”. Fomos primeiro ao Palácio do Bispo, era o dom Delgado naquela época. Falamos com ele e de lá descemos para o Palácio do Governo, que era na Praça dos Leões. Ele (o governador Parsifal Barroso) recebeu a comissão. Eu não tava na comissão. Com oito dias, eles foram a Brasília, inclusive o padre Hélio. Era uma época de convulsão social entre o João Goulart e o Jânio Quadros, que tinha renunciado. Tivemos essa chance. Lá se desapropria o Pirambu. E se descobriu que o Pirambu não pertencia à área de marinha. Aqui já tinha muita fábrica de castanha, muito trabalhador nas fábricas de tecido. Em Brasília, conseguiram essa desapropriação. Quando chegaram aqui, a briga foi maior. O pessoal não queria aceitar, os Carvalho entraram com protesto no tribunal, os Braga Torres também. Nós desapropriamos o Pirambu da (rua) Jacinto de Matos até a (rua) Francisco Calaça. É uma nesga de terra. E daí pra trás não conseguimos porque foi uma confusão danada, tinha terreno particular, da Prefeitura, do Governo do Estado, do Governo Federal e até da Igreja. Aí a gente fica só nessa área porque dava para desapropriar. Criamos o Conselho Paroquial Lar de Todos. Mas quando chegou o diabo da ditadura, desapareceu quase todo mundo. Ficou um assistencialismo danado. Padre naquela época arranjava benefícios pela Alemanha e outras instituições internacionais. Criamos a cooperativa dos pescadores, a fábrica de mosaico, lavanderia comunitária. Querendo fazer papel que é do governo. A gente sempre querendo assumir o diabo desse papel, né? Podendo ir com uma luta diferente. A gente ficou nesse assistencialismo desgraçado, mesmo assim a gente estava na luta. Conseguimos o leite (em pó, distribuído na América Latina como parte da política anticomunista americana) da Aliança para o Progresso, com o presidente John Kennedy. Conseguimos fazer o conjunto Cristo Redentor.

OP - Como o senhor entra no Sindicato dos Sapateiros?

ZÉ MARIA - A turma me levou para fazer oposição do sindicato. Na época, era intervenção da ditadura em 1964, e eu sem saber ainda o que diabo era ditadura. Sabia que tinha vindo alguma coisa. E fomos fazer oposição para derrubar o sindicato. Eu era todo aéreo, só conhecia a luta do bairro, não conhecia a politicagem. Fizemos oposição e ganhamos a diretoria do sindicato em 1968. Fui cotado para secretário. Estava tudo articulado, mas no dia da reunião, o escolhido para ser o presidente abriu. Ele disse: “Rapaz, eu não quero ser presidente não, essa ditadura aí…”. Aí arranjaram um jeito de eu ficar na presidência. Passei três gestões lá e terminei na cadeia (risos).

OP - O que o levou a ser preso nesse período, em 1973?

ZÉ MARIA - Foi através do sindicato. Atividades políticas, né? Tentando levantar os trabalhadores. Eu estava fazendo atividades não só no Pirambu, mas em todos os bairros. Ia levar uma visão de mundo do que era a ditadura militar. E aí pegaram a gente.

OP - Como era essa atividade?

ZÉ MARIA - Explicando de porta em porta, toda aquela visão que os religiosos dos Testemunhas de Jeová têm. A gente andava, mas só meia-noite, né? Não dava para entrar muito de dia não. O pessoal abria as portas, atendia meio apavorado. Até que a turma pegou a gente, pegaram 15. Foi todo mundo preso, aquela peia… Eu passei 20 dias na Marinha e o resto na Polícia Federal. O superintendente naquela época era o Laudelino Coelho. A gente sofreu lá as consequências, a minha tortura foi o “telefone” (tapas nos dois ouvidos com as mãos em forma de concha). Eu estava preso com um boliviano que era traficante de drogas. Aqui e acolá ele levava a gente para o interrogatório. Numa dessas vezes, colocaram um bocado de retrato. “Conhece esse? Conhece esse?” Aquele negócio do dedo-duro é meio complicado, né? Eu me arrepiava e dizia: “Não, conheço não”. Dois companheiros do sindicato foram presos comigo, o tesoureiro e o secretário. Desses dois eu podia falar. Dizia: “Esse aqui eu conheço”. Ele dizia: “Todo mundo lhe conhece, você não conhece ninguém?” Aí eu ironizei com ele, caí na besteira de ironizar. Tava na época do Pelé, era homem público. Aí eu disse: “Então eu sou igual ao Pelé, todo mundo me conhece, mas eu não sou obrigado a conhecer todo mundo”. Ave Maria! Aí ele chamou um cabra dessa grossura e disse: “Dê doze telefones nele”. Com dez, eu desmaiei. Saiu sangue de tudo quanto era lugar. Com três dias, eu vinha com a cara inchada de novo lá para a mesa dele. Ele perguntou para o cabra: “Você deu os telefones nele?”. O cara para aparecer, disse: “Dei, doutor”. “Você deu os doze mesmo?”. Disse: “Dei”. Eu me virei e ironizei com ele: “Só se for enquanto eu tava desmaiado, porque no décimo eu senti que desmaiei”. Aí ele ficou puto, dizendo: “Esse aí é irônico, mata ele de castigo. Vai passar um dia e meio sem comer, só o café”. Eu passei um dia e meio assim. Com 90 dias, soltaram a gente, e a gente voltou para as atividades. No Pirambu fizemos várias passeatas também. Em 1979, conseguimos a anistia com Maria Luiza, Rosa da Fonsêca, aquela turma toda. Aí no tempo do Sarney conseguimos criar a federação aqui, que era a Federação do Movimento Comunitário do Pirambu. Fui o primeiro presidente, hoje sou vice-presidente. Eles inauguraram em sete bairros, mas só o nosso ainda está em pé. Nesse tempo do Sarney foi que se criou o assistencialismo. A gente tinha 110 associações. Pra que isso tanto?

OP - Voltando um pouco no tempo, nós temos a criação do PT, no início da década de 1980. Como foram as articulações desse período?

ZÉ MARIA - O PT foi criado aqui pelo sindicato dos sapateiros, dos petroleiros, dos jornalistas e metalúrgicos. Conseguimos tirar a Maria Luiza (Fontenele) do PMDB. A gente tinha uma visão de PT completamente diferente. Não gerenciar o sistema capitalista. Esse gerenciamento comendo por dentro foi que lascou, com tudo sendo moeda de troca. A gente conseguiu eleger Maria Luiza prefeita (de Fortaleza). Foi a maior vitória do sistema político partidário.

OP - Na gestão da Maria Luiza, como ficaram as reivindicações de melhorias para os bairros?

ZÉ MARIA - Eu acho que a melhoria do bairro é uma coisa e a história da Maria Luiza é outra. Eu vejo a gestão da Maria como de conquistas ideológicas. Na gestão do Juraci Magalhães e outros, já é um assistencialismo. Na gestão da Maria Luiza, nós conquistamos terra. Desapropriamos terra, ocupamos terra. Como o Pirambu, nós ocupamos todinho daqui até a Barra do Ceará. Tinha terra aqui que diziam que fulano de tal era dono, e na verdade não era. Vejo a questão da Maria sendo mais ideológica, a conquista política e de conhecimento. Já essas outras gestões vêm com assistencialismo do que o governo tem a obrigação de fazer: dar moradia, educação.

OP - Mas por que o senhor considera assistencialismo esse tipo de ação governamental?

ZÉ MARIA - Porque o papel do governo é receber nosso dinheiro e procurar de nós o que nós queremos. A gente fica brigando por isso e por aquilo, eles vão dando uma assistenciazinha. Quando querem, como querem…

OP - Durante a gestão de Luizianne Lins, você teve atuação importante no Pirambu se engajando no orçamento participativo.

ZÉ MARIA - É, a minha visão e a visão na qual eu fui forjado na luta é de que o papel do governo é dar de acordo com o que nós queremos. Nós pedimos por acaso viaduto? Não pedimos viaduto. Mas é necessário viaduto? É. Então é preciso sentar e discutir as prioridades. Se é viaduto ou uma escola integral com mais qualidade. Mas não, eles decidem e tudo é engolido de goela abaixo. A gente tinha uma briga com o Tasso Jereissati, quando ele foi governo até o Lúcio Alcântara e ele queria passar aqui a avenida Costa Oeste, que hoje é a Vila do Mar. Ele queria fazer essa avenida com 36 metros de largura. Isso tirava da Marinha até a Barra do Ceará muito mais famílias. Ia pra onde esse pessoal? Queríamos uma urbanização, é lógico. Mas a gente brigou do Tasso até o Lúcio, a gente conseguiu parar isso aí. Fomos pra luta politicamente e conseguimos eleger a Luizianne. Com o orçamento participativo, fizemos várias assembleias gerais. Pensamos no projeto do Vila do Mar com essas assembleias. Tinha gente a favor da Costa Oeste, mas valeu a maioria e conseguiu convencer os companheiros a fazer o Vila do Mar. Não ficou bem bom não, pelo o que a gente queria, era muito melhor no projeto.

OP - O que era diferente no que a comunidade pensou?

ZÉ MARIA - A gente queria que fosse urbanizado e com árvores, né? Porque é muito cimento, a gente acha que aquilo ali traz muita quentura. Tá certo que é na beira da praia, mas a gente queria que tivesse mais plantas, que dessem mais sombra. E também questionamos no projeto para que vários pontos tivessem atividades: basquete, academia, essas coisas necessárias que nós, pobres, achamos que precisamos ter. Por exemplo, eu fui muito contra os Cucas, por incrível que pareça. É uma contradição a gente vendo de primeira, mas por que eu fui contra? Por causa dos centros urbanos. Não tinha sete centros urbanos? Por que não revitalizamos e depois, com o que sobrasse, fazia os Cucas? Na discussão, eu dizia que cada um que entra pra gerenciar esse sistema quer deixar a marca no poste, como o cachorro. Quer deixar sua marca. Isso foi uma briga danada. Os centros urbanos eram uma imensidão.

OP - E hoje estão abandonados.

ZÉ MARIA - Todos abandonados! Isso era uma briga, e eles acham que a gente é ruim nesse sentido. Eu fui contra, mas era pelos centros urbanos. Era o teu dinheiro, era o meu, era o nosso.

OP - E agora, como temos a participação da comunidade nas decisões?

ZÉ MARIA - Olha, eles criaram uma coisa parecida ou similar, que é o Cidadão Comunitário, que faz uma participação e tira uns agentes de cidadania, né? Eles se reúnem nas Regionais, fazem aquela aglomeração de gente e tiram aquelas pessoas. É parecido com o OP, mas mesmo no OP não tinha condição por causa da politicagem. Cada um puxa para o lado, puxa para lá. E com os outros bairros era meio complicado porque a gente partia para conquistas grandonas. Negócio de calçamento da minha rua, boca de lobo, essas coisinhas... A gente não liga para essas picuinhas. Eu vejo essa diferença de ver que o governo é empregado da gente. Eu vejo que Maria Luiza e Luizianne tiveram umas visões mais avançadas. Mas o Roberto Cláudio não, acho que ele é como Ciro Gomes, Cid Gomes. Um politiqueiro como o Lula, que veio gerenciar o sistema capitalista, comer por dentro.

 

MOVIMENTO

IGREJA. COM 17 ANOS, ZÉ MARIA COMEÇOU A PARTICIPAR DA JUVENTUDE OPERÁRIA CRISTÃ (JOC). O NÚCLEO HAVIA SIDO LEVADO AO PIRAMBU PELO PE. HÉLIO CAMPOS.


POLÍTICA

CARGOS. EM 1982, FOI CANDIDATO A VEREADOR PELO PT. NA GESTÃO DE MARIA LUIZA FONTENELE, FOI DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE OBRAS E VIATURAS (DOV) POR DOIS ANOS.


APOSENTADORIA

DESCANSO. ZÉ MARIA CONTINUA EM MOVIMENTOS DE BAIRRO, MAS ESTÁ LONGE DO OFÍCIO DE SAPATEIRO DESDE OS 55 ANOS. FORAM 35 ANOS DE TRABALHO DESDE A ADOLESCÊNCIA.

 

PERFIL

José Maria Tabosa nasceu no dia 25 de maio de 1941. Cursou até o quinto ano do ensino primário. É casado e pai de dois filhos. Aprendeu o ofício de sapateiro ainda na adolescência e cresceu engajado em movimentos do bairro, no movimento sindical e na militância política. Foi preso em 1973 e torturado durante a ditadura militar. À época, estava à frente do Sindicato dos Sapateiros. Atualmente, é vice-presidente da Federação do Movimento Comunitário do Pirambu (Femocop) e representante da Regional I no Conselho Municipal da Saúde.


PERGUNTA DO LEITOR


Airton Barreto, fundador do projeto Quatro Varas.


LEITOR - Pela sua trajetória como militante, como você vê os partidos políticos? Participaria de algum deles?

Zé Maria - De nenhum deles. Eu acabei desiludido. Lá no começo, pensamos em uma nova ordem para o Brasil. O primeiro partido ao qual eu me filiei foi o PT, e foi o único. Em 1988, fui expulso quando o meu pessoal foi isolado nas eleições para novo diretório do partido. Foi briga dos dois lados, meu grupo foi expulso definitivamente. Hoje, sou do partido do nada. A ideia não era gerir o capitalismo daquele jeito, comendo por dentro.

 

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