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A transformação pede passagem
Opinião

A transformação pede passagem

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Jarbas Vasconcelos 
Senador de Pernambuco (MDB)
 (Foto: Jarbas Vasconcelos )
Foto: Jarbas Vasconcelos Jarbas Vasconcelos Senador de Pernambuco (MDB)

Depois de quase 50 anos dedicados à causa pública, tenho testemunhado e participado diretamente de diferentes encruzilhadas nos regimes políticos experimentados em nosso País - desde os tempos sombrios da ditadura. Posso assegurar que embora o caminho seja duro e penoso, a reconquista da nossa democracia é o melhor e o mais justo contrato social firmado em favor do povo brasileiro.

Não foi fácil chegarmos até aqui. Passamos por duras lutas políticas, desassossegos, incompreensões e intolerâncias. Mas, sobrevivemos na essência e mantivemos o pacto político-social vivo. Dito isso, reconheço a difícil realidade de reviver uma quadra política de contestações e bravatas radicais, que nos levaram a perder o rumo que o País clama. São palavras mal usadas e conceitos perdidos que favorecem um ambiente confuso e sem rumo, de parte à parte.

É preciso uma mínima trégua. Não é possível manter conduta de pastoril e somente enxergar a disputa entre o azul e o encarnado. Estamos vivendo como se estivéssemos em um terceiro turno eleitoral. Sem pilares programáticos e sem uma agenda de trabalho clara.

O que temos em curso é uma queda de braço onde quem perde é o povo. Sim, sempre o nosso povo, parcela majoritária, sofrida e carente de dias melhores. A energia que precisamos nesse momento, deixando de lado interesses pessoais e partidários, deve ser voltada para a construção de consensos mínimos, da governabilidade e da harmonia do ambiente produtivo.

É preciso ter grandeza e sabedoria para ceder em favor da maioria. Temos que focar na política fiscal, nas reformas necessárias, na produtividade dos setores econômicos e em um plano nacional de educação que perpasse gestões de governo e funcione como pilar do Estado brasileiro.

Nada é mais inclusivo do que a educação básica e sua cadeia complementar de conhecimento e formação continuada. Muito precisa ser feito também no campo social. Temos que cuidar dos que perderam a capacidade de competir e se encontram marginalizados em suas próprias desgraças, que no fundo representa também o nosso fracasso, já que somos seus representantes aqui no Congresso Nacional.

Não há tempo para mais espera. A transformação pede passagem. É preciso que todos desçam dos seus palanques e se unam em favor dos interesses do nosso povo. O futuro é hoje e agora. 

 

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