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A educação "é da conta" de todos nós
Opinião

A educação "é da conta" de todos nós

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Tipo Notícia Por
Izolda Cela
Vice-governadora do Ceará
 (Foto: QROZNETTO)
Foto: QROZNETTO Izolda Cela Vice-governadora do Ceará

Na semana passada tivemos a presença de milhares de pessoas no evento Escola Nota 10. Professores, gestores, prefeitos, além da representação de instituições que prestigiaram o evento. Crianças também deram o ar de sua graça. Na ocasião foram anunciados os resultados das escolas públicas cearenses em três etapas do ensino fundamental: 2º ano, 5º ano e 9º ano. Em síntese: a evidência de que seguimos melhorando e a necessidade de renovar compromisso e competências para a superação dos desafios que ainda são robustos.

Os resultados tratam da melhoria da aprendizagem e da elevação das taxas de frequência à escola. Assim, mais alunos concluindo o ensino fundamental e aprendendo mais. A melhoria desta base fundamental é essencial para aumentar as chances dos jovens no ensino médio. É evidente que o fracasso escolar no ensino médio se constrói na ausência dos devidos cuidados na educação infantil e ao longo do ensino fundamental.

Vale enfatizar uma correlação que vem sendo confirmada em pesquisas nacionais e internacionais e que amplifica a importância de melhorias no âmbito da educação pública: a relação entre a escolaridade e a violência. Quanto menor o grau de escolaridade, maior o risco de o jovem ser vítima ou autor de homicídios no Brasil. Um dos estudos, feito pelo sociólogo Júlio Jacobo a partir dos dados dos Mapas da Violência, produzidos desde 1998, mostrou que "a chance de um jovem com idade entre 15 e 19 anos e com apenas três anos de estudo morrer assassinado é 4.473% maior do que outro que estuda doze anos ou mais". O fracasso escolar associado a ambientes hostis e inseguros gera impactos devastadores na subjetividade de crianças e jovens. Muitos mobilizam-se em busca de compreender e defender medidas que sejam eficientes para o enfrentamento da problemática da violência. Lidar com uma situação que afeta tão fortemente as liberdades e a sensação de segurança torna as pessoas vulneráveis às ofertas de panaceias. Algumas dessas, como, por exemplo, "armar a população", já sobejamente descartada pelas experiências internacionais.

Pois bem, as evidências comprovam que é a boa educação um dos fatores que promove um tipo de transformação, progressiva e sustentável, que eleva o nível de justiça social. Dar à educação o seu devido valor é um exercício de cidadania. 

 

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