Nas sociedades do conhecimento e das novas tecnologias, indivíduos, comunidades e sociedades passam a conectar-se de forma cada vez mais fácil e rápida. No entanto, enquanto a comunicação avança, conectando culturas, governos e movimentos supremacistas, andam reeditando velhos mitos étnicos e raciais marcados, sobretudo, pela intolerância à diversidade das expressões culturais. Nessa disputa entre 'pontes' e 'muros', o turismo cultural pode representar uma categoria turística essencial para a humanização das cidades. O grande insumo do turismo cultural é o reconhecimento de que a diversidade cultural assegura a produção de subjetividades nos territórios urbanos, em um contexto incessantemente ameaçado pela homogeneização de padrões éticos e estéticos, assim como pela intolerância entre grupos sociais.
As cidades revelam os caminhos ou os modelos do desenvolvimento que adotam. Se busca o acolhimento, o cosmopolitismo e o encontro democrático entre culturas, certamente necessitarão de políticas transversais entre a cultura e o turismo. Por outro lado, a ausência de planejamento, a carência de profissionais com habilidades e competências para a gestão turística e cultural, a ausência de mapeamentos e inventários sobre o patrimônio cultural, a representação insatisfatória e o pouco prestígio dos conselhos municipais de cultura e turismo, a inexistência de programas contínuos de educação patrimonial são importantes obstáculos para a formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas para o turismo cultural nas cidades brasileiras.
Governos brasileiros começam a planejar e gerir cidades a partir da integração de programas e ações da cultura e do turismo no território. A recente criação da Câmara de Economia Criativa na Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece) vem favorecer a sinergia entre os setores da cultura e do turismo em prol do desenvolvimento de uma política efetiva, eficiente e eficaz para o turismo cultural na capital e nos demais municípios do Estado. Essa realidade augura novas tendências para a gestão pública e um novo alento para o desenvolvimento sustentável cearense.