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O pessoalzinho do Guedes
Opinião

O pessoalzinho do Guedes

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Ailton Lopes.
Foto: (Fabio Lima/O POVO) (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Ailton Lopes. Foto: (Fabio Lima/O POVO)

O Brasil deveria ter universalizado a pré-escola e o ensino médio até 2016. Ocorre, porém, que 25,8% da população entre 18 a 24 anos não frequenta, nem concluiu o ensino médio, de acordo com a Pnad (IBGE). Até 2024, 50% das crianças de até 3 anos precisam estar matriculadas em creches. Estas metas foram estabelecidas no Plano Nacional de Educação (2014-2024).

As condições para atingimento destas metas deveriam estar entre as preocupações de qualquer governo.

Entretanto, o governo de Bolsonaro resolveu fazer uma cruzada contra a educação pública, difamando as instituições, estimulando a perseguição a professores e professoras e, por fim, cortando seus recursos.

Depois das multitudinárias manifestações de 15 de maio contra os cortes de R$ 7,98 bilhões (Andifes) atingindo desde a educação infantil até o ensino superior, o presidente chamou os manifestantes de "idiotas úteis" e "movimento do pessoalzinho que eu cortei a verba".

Nem idiotas úteis. Nem pessoalzinho. São mais de 2 milhões de estudantes em cursos superiores em todo o País e mais de 39 milhões de estudantes na educação básica, considerando apenas as instituições públicas, de acordo com dados do Inep/MEC.

Essa é a multidão atingida pelo corte de verbas do governo Bolsonaro. Ou melhor, uma parte dela, se considerarmos as famílias de todos os estudantes afetados e aquelas beneficiadas pela pesquisa e extensão acadêmica produzidas nas universidades públicas.

O verdadeiro pessoalzinho é a turma do Guedes, que une desde a rede Globo, Itaú, Bradesco, Santander e os grandes jornalões até a turma do Bolsonaro.

Isso sim é um pessoalzinho. Reúne apenas 58 bilionários com fortuna de 179,7 bilhões de dólares.

Entre eles, os donos do Itaú e Unibanco e da Rede Globo que estão entre os 20 mais ricos do Brasil.

Eles não pagam imposto sobre fortunas, nem sobre lucros e dividendos. E eles querem, junto com Guedes e Bolsonaro, fazer o povo acreditar que privilégio é poder se aposentar.

Para esse pessoalzinho, privilégio é um trabalhador rural que passou a vida inteira trabalhando de sol a sol poder se aposentar.

Ou um trabalhador pobre ganhar um salário mínimo depois de 65 anos. Ou ainda um filho de trabalhador ter acesso à universidade pública.

Para eles, isso é privilégio. Uma balbúrdia!

Você vai acreditar nesse pessoalzinho? 

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