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O valor da diversidade
Opinião

O valor da diversidade

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Ricardo Sales 
Sócio-fundador da consultoria Mais Diversidade e pesquisador na USP
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Ricardo Sales Sócio-fundador da consultoria Mais Diversidade e pesquisador na USP

Diversidade é o assunto da vez. Cada vez mais empresas têm estimulado discussões sobre respeito, assédio e promoção da igualdade, o que passa por um debate sobre os desafios do mercado de trabalho. A pauta chegou a Fortaleza nesta terça (21/5) no Connex19, que recebeu a consultora sênior em Diversidade Elaine Terceiro.

Se temos uma massa de pessoas desempregadas, vê-se que, mesmo nos tempos de bonança, as oportunidades sempre foram muito mal distribuídas. Basta comparar o Brasil que vemos nas ruas com aquele que aparece nos escritórios.

Nossa população é majoritariamente negra (54%) e feminina (51%). Outros milhões são LGBT, e muitos outros têm algum tipo de deficiência (23,7%). Nossas empresas, porém, são quase sempre muito iguais: o topo é branco e masculino.

Mulheres representam pouco mais de 10% dos conselhos de administração e, mesmo sendo maioria nas universidades desde 1999, continuam enfrentando sérios obstáculos para crescer na carreira.

As pessoas negras não representam nem 5% entre os diretores das 500 maiores empresas do País, segundo o Instituto Ethos. Mulheres negras, alvo de duplo preconceito, recebem 40% menos que homens brancos com a mesma escolaridade (IBGE).

Pessoas com deficiências, apesar dos avanços da Lei de Cotas, seguem à margem das posições de maior prestígio. 86% dos empregadores dizem que as contratam apenas porque são obrigados, aponta a i.Social.

Muitas lésbicas e gays estão no armário em seus trabalhos (65%) e 68% convivem com comentários preconceituosos no dia a dia, segundo OutNow. Pessoas trans raramente têm acesso ao mercado formal, mesmo quando contam com alta formação.

Esse ciclo de exclusão prejudica nosso crescimento como sociedade, organizações e pessoas. Um país que não dá oportunidades iguais a seus cidadãos não prospera de forma contundente; empresas que não se preocupam com a diversidade perdem em termos de criatividade e inovação; e pessoas que não convivem com as diferenças não exploram todo seu potencial. Sua empresa já parou para pensar no assunto? Se ainda não, é melhor correr. Certamente as concorrentes já estão se mexendo. 

 

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