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Lei do mínimo esforço: desafio na reciclagem
Opinião

Lei do mínimo esforço: desafio na reciclagem

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Tipo Notícia Por
Jalsey Nazareno
Professor e geógrafo
 (Foto: Jalsey Nazareno)
Foto: Jalsey Nazareno Jalsey Nazareno Professor e geógrafo

Segundo dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o Brasil recicla aproximadamente 3% de seus resíduos sólidos com potencial de reciclagem, uma porcentagem baixa em relação aos países europeus que é de 35% com perspectiva de chegar a 50% até 2020, conforme dados do relatório da Agência Europeia do Ambiente.

A reciclagem em Fortaleza chega a uma porcentagem de 7,8% (SCSP), graças às associações de catadores de materiais recicláveis, aos Ecopontos nos bairros e aos Pontos de Entrega Voluntária - PEV's, que recebem os resíduos recicláveis (papel, vidro, plástico e metal) com resultados superiores à média nacional, mas pouco expressivos frente à notória necessidade de diminuição de desperdício.

Essas alternativas devem ser mais bem utilizadas pela população para uma efetiva coleta seletiva em Fortaleza, onde cada pessoa pode fazer a sua parte separando em suas casas, apartamentos e empresas os resíduos sólidos gerados, ou seja, os orgânicos dos recicláveis e encaminhá-los à adequada destinação. Observa-se, porém, uma baixa adesão a este serviço prestado à população em função, sobretudo, do desinteresse em contribuir com a prática da coleta seletiva e a reciclagem, fruto da histórica indiferença com a causa ambiental, um misto de ignorância e indisposição, associado às ainda poucas alternativas disponíveis.

A responsabilização pelos resíduos que geramos é um esforço que deve partir de cada indivíduo, assim orienta a Lei 12.305/2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos. No Brasil, de acordo com estudo do Ipea, por ano se aterra R$ 8 bilhões de materiais recicláveis em lixões e aterros sanitários. É urgente que abracemos este compromisso viabilizando a chegada dos resíduos nas indústrias de reciclagem para que seja realizada a sua transformação e reutilização, evitando-se, assim, a retirada de mais matéria prima da natureza.

É necessária a participação de toda a sociedade para que aconteça a coleta seletiva e a reciclagem, mas para isso precisamos ter atitude, ação e não medirmos esforços para cuidarmos de nossa casa comum, o planeta. 

 

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