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Amplo domínio

02:00 | 12/04/2019

A superioridade de Ceará e Fortaleza no futebol local foi, novamente, confirmada na atual temporada. Ambos estão em mais uma final do estadual - eliminaram, respectivamente, Floresta e Guarany de Sobral sem dificuldades - e agora se enfrentam no próximo domingo, 14 e no outro, 21, na Arena Castelão, às 16 horas, com mando do Tricolor no primeiro confronto e mando do Alvinegro no segundo.

No cenário de superioridade extrema, uma informação chama a atenção: a vez mais recente que um time diferente dos rivais conseguiu ser campeão foi em 1995, quando o Ferroviário, do técnico Ramon Ramos, superou o Icasa de Sebastião Silva. Assim, será a 24ª vez seguida que um deles levará a taça.

Não há perspectiva aparente da quebra dessa sequência a curto prazo. É um dado positivo para as imensas torcidas, que hoje curtem seus times na Série A do Campeonato Brasileiro com gestões bem mais inteligentes e profissionais na comparação com duas décadas passadas, além de orçamentos recordes e milionários (juntos, mais de R$ 120 milhões), mas é uma pena que não haja mais democratização nas disputas, com o surgimento de forças que poderiam quebrar tal hegemonia e construir um cenário de crescimento coletivo.

Os clubes do interior vivem em dificuldade enorme. Já mostramos em matérias no O POVO que mais de uma dezena encerrou as atividades e os que sobrevivem o fazem com drama. O Ferroviário, campeão da Série D ano passado e perto de disputar a Série C, sinaliza crescimento. Há pessoas capazes no clube, com visão profissional, mas também esbarram na falta de dinheiro que faça a diferença.

Seja como for, não dá para negar o merecimento de Fortaleza e Ceará. Estão onde deveriam e as partidas finais do Campeonato Cearense 2019 têm perspectivas excelentes. Ao campeão, entretanto, a certeza de que não se engane: apenas o título e a felicidade da conquista não serão suficientes para o grande objetivo da temporada: permanecer na primeira divisão e entre os 20 melhores clubes do Brasil. 

Fernando Graziani