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Política com afeto. É possível?
Opinião

Política com afeto. É possível?

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José Barbosa Porto 
Vereador, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Fortaleza
 (Foto: Divulgação )
Foto: Divulgação José Barbosa Porto Vereador, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Fortaleza

O voto elege, permite a continuidade do projeto político esboçado, com base no bem coletivo e reto cumprimento do dever. Representa-se a sua gente pela escolha livre de cada um, que acredita nas propostas lançadas, lastreando-se a escolha pelo que se faz e, sobremodo, pelo que se é. Necessita-se, pois, do escrutínio para estar no processo, dar continuidade à prazerosa lida de servir, fazer a diferença.

Eleger-se, para mim, não é tudo. Carece de levar às massas a soma de afetos que se tem por cada ser humano, acolhendo, realizando sonhos por meio de boas leis. É que trago forte no peito um ensinamento de minha mãe Zita, de saudosa memória, e que está contido na lapidar frase da poetisa goiana Cora Coralina, direcionada à alma dos líderes: "Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas".

Como fazer esse toque sendo apenas razão? Não se trata mais de arregaçar a manga da camisa e fazer, simplesmente. Mas sentir a dificuldade do outro, trocando de posição - e sentar, conversar, buscar soluções, da emergencial à duradoura. Conheço homens públicos valorosos, em quem me espelho, e louvo-lhes o comportamento que mescla o raciocínio ao sentimental, homens e mulheres que guardam no coração lágrimas sinceras diante do infortúnio alheio e buscam soluções.

Se queremos um mundo novo, nova deverá ser a concepção de fazer política. "Há que ser duro, mas sem perder a ternura, jamais". Se pleiteamos a melhoria do mundo, melhoremos a qualidade das nossas emoções, pensamentos, palavras, sentimentos e ações. Violência, intolerância e desesperação dentro e fora do Brasil têm freio na solidariedade, no diálogo sincero, desarmando-se o espírito das mentiras. E mover-se pela verdade.

Dias atrás, tive o privilégio de participar de uma ação cidadã no bairro Dendê do Itaperi e me encher de esperanças na vida, nos homens. Serviços diversos alegrando centenas de pessoas. Uma gente simples que necessita de muito, muito abraço, colo, carinho, de muita atenção. À frente, uma ONG denominada Ame a Vida. Constatei, feliz, que a felicidade está em levar felicidade à vida do outro. Com afeto. 

 

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