Para desespero de quem não suporta a inteligente aproximação entre as diretorias de Fortaleza e Ceará, os clubes conseguiram sucesso em mais uma ação conjunta: reduziram para 13%, independente do público pagante no Castelão, a taxa fixa de aluguel a ser paga pelo uso do estádio. Isso valerá até que se saiba a empresa vencedora da licitação que está em curso para administração da principal praça esportiva da cidade, um dos mais relevantes estádios do País. O acordo também é benéfico para os clubes porque tira a obrigação de ambos de repassar valores de faturamento de bares e estacionamento, abrindo possibilidade para mais lucros e serviços adequados.

Ceará e Fortaleza estão aprendendo a administrar o enorme estádio durante as partidas, praticamente em tempo real. Não havia nenhuma experiência anterior. O esforço tem sido enorme e financeiramente compensa quando há muito público, mas quando não há o prejuízo é maior. Com o acordo anunciado a operação tende a se tornar mais viável, especialmente pensando nos jogos da Série A do Campeonato Brasileiro.

O Castelão apresenta diversos problemas, começando pelo gramado em condição muito longe da ideal, independente de chuvas ou não. Há dezenas de catracas quebradas, além de milhares de lugares indisponíveis por falta de cadeiras, tanto que a capacidade do estádio despencou para cerca de 50 mil lugares; os elevadores estão em péssimas condições; as instalações dos aparelhos de ar condicionado preocupam e até o piso da área comum dos camarotes e cabines de imprensa está soltando. Evidente que os clubes não guardam responsabilidade direta alguma em tal cenário, mas é relevante que tentem resolver com governo do Estado o quanto antes.

Para além das importantíssimas correções de manutenção, os rivais precisam priorizar conforto de quem paga ingresso na entrada e na saída dos eventos, melhorando preços e qualidade de alimentação e estacionamento, além de efetuar limpeza rigorosa e disponibilizar papel e sabonete em todos os banheiros. n