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Planejamento, o resultado imediato
Opinião

Planejamento, o resultado imediato

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Francisco Queiroz Maia Júnior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Foto: Mateus Dantas)
Foto: Mateus Dantas Francisco Queiroz Maia Júnior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho

Desperta atenção uma frase recente de um professor da Universidade de Notre Dame, Clive Neal, sobre as estratégias que as duas maiores potências mundiais vêm adotando: "A China pensa em décadas, os Estados Unidos pensam em mandatos presidenciais".

Ele se referia aos avanços que os asiáticos estão consolidando no segmento aeroespacial, com o pouso de uma sonda na lua para pesquisa mineral e, mais adiante, uma possível estação que seria uma espécie de posto combustível para facilitar as viagens espaciais.

Enquanto isso, depois de grandes avanços nas décadas de 1960 e 1970 nessa área, os americanos parecem ter perdido fôlego.

Isso faz lembrar também do filme sobre a expansão do Facebook. Atribui-se ao seu fundador a seguinte sentença: "Mova-se rápido e quebre as coisas" - que, nas entrelinhas, demonstra que o importante é crescer de forma celerada.

Trabalhar com persistência e planejamento, como parecem que estão fazendo os chineses, ou perseguir de forma obsessiva resultados imediatos tal qual os americanos? Eis o dilema.

E quanto ao Brasil, que parece que vive numa espécie de limbo? Não produz resultados de forma rápida nem tem cultura de planejamento.

Se os Estados Unidos pensam em ciclos de governo, agimos no Brasil de forma ainda mais imediata, deixando no ar incertezas. Vive-se um frenesi que não vem se traduzindo em resultados.

Por causa desses eventos eleitorais, a cada dois anos a administração pública fica meio anestesiada e o setor empresarial diminui de ritmo - e busca os oráculos das consultorias para saber que rumo tomar.

Em meio a esse cenário o Ceará surge quase como exceção - tanto no aspecto da gestão pública como na busca pelo planejamento de médio e longo prazo. Existe no Estado uma cultura nesse sentido. Temas como a solidez das contas públicas e a busca da credibilidade em relação a pactos assumidos são renovados a cada novo governo.

A questão nacional é buscar o ponto de equilíbrio entre o planejamento criterioso e a necessidade de crescer a passos rápidos. E priorizar nesse processo as regiões mais necessitadas, incluindo o Nordeste do Brasil. n

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