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Pouca margem para uma marca
Opinião

Pouca margem para uma marca

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Tipo Notícia

O governador Camilo Santana (PT) fica maior quando consegue impor a sua marca, indo além do papel reservado a ele pelo grupo político do qual faz parte. A mexida no time no meio da primeira gestão, a confirmação do Hub da Air France-KLM, a sociedade com a Port of Rotterdam no Pecém (sem entrar no mérito do negócio), a reforma da Previdência estadual e o novo modelo de gestão de ativos do Estado foram decerto brilhos do primeiro mandato.

Contudo, o desenho já concluído da segunda gestão lhe impõe margem muito menor. Os Ferreira Gomes (reinaugurando esta coisa de Família & Política no Poder estadual) ocuparam os espaços dentro e fora do Governo de maneira avassaladora. Fora, em suma, têm a Assembleia Legislativa, com Sarto Nogueira (PDT), a Prefeitura de Fortaleza, com Roberto Cláudio (PDT), e a Presidência da Câmara, com Antônio Henrique (PDT).

Olhando o organograma, vê-se. Os secretários que lá estão e os postos que ocupam têm, em larga medida, o DNA dos Ferreira Gomes, não do Santana. A rigor, um secretário, um diretor de empresa, um soldado ou um empregado qualquer, seja qual for a organização, presta continência ao comandante. Mas só a rigor. Na prática, carrega fidelidade àquele que o indicou.

O Turismo, das boas novas ensolaradas, segue com Arialdo Pinho. A Secretaria da Infraestrutura (e suas grandes obras) tem Lúcio Ferreira Gomes. Cidades (com seus prefeitos à porta) é de Zezinho Albuquerque. A Educação já é território ocupado desde sempre.

Na escalação, o governador ficou com os grandes abacaxis. Segurança e presídios, sobretudo. Na Saúde, Cabeto, com a companhia de João Marcos Maia, ex-Sefaz. Ele chega com o coração aberto e a cabeça cheia de problema a resolver. Terá de testar a resiliência para suportar. A Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), desenhada para ser super, será. Mas com Mauro Filho, não com Maia Júnior.

Após a vitória em 1º Turno, a Coluna dizia ser o segundo mandato a oportunidade de Camilo ir além do tenentismo, aqui entendido não como atitude corajosa, de ruptura, de arroubo jovem, mas de patente menor. Todavia, não houve promoção.

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