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Um novo Contrato Social para o Brasil
Opinião

Um novo Contrato Social para o Brasil

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Tipo Notícia

Durante a eleição de 2018, os economistas dos candidatos à presidente foram sabatinados sobre suas considerações em relação à economia brasileira e às suas ideias para o futuro. De todos, aquele que mais foi criticado e taxado como ultraliberal pelo establishment, por sua visão fortemente ligada as forças do mercado, foi o hoje ministro da Economia, Paulo Guedes.

 

Guedes foi o único capaz de demonstrar verdades sobre a atual situação econômica do País. Ao comparar o Brasil como Estado gigante, evocou o Leviatã descrito por Thomas Hobbes, com características de um governo central soberano, porém absoluto, ao ponto de ser o agente dominante na sociedade, uma visão que passa longe da ideia ultraliberal e se assemelha muito mais a uma visão clássica de funcionamento do Estado e sua relação com a população.

 

Os projetos de mudanças apresentadas por Guedes representam a reconstrução do Contrato Social descrito por Jean-Jacques Rousseau em 1762, em que os indivíduos abrem mão das chamadas liberdades naturais para conviver em uma sociedade baseada no conjunto de regras e convenções sociais, chamado Estado Moderno. Em teoria, o Estado deve servir aos seus membros provendo segurança, saúde, educação e outros serviços.

 

Contudo, o que se apresenta no Brasil é justamente o inverso. Vivemos, hoje, um Contrato do Leviatã, aonde os membros da sociedade trabalham e vivem para sustentar um Estado cada vez maior e mais ineficiente.

 

Em 2019, o Brasil passará por uma oportunidade única de realizar reformas fundamentais no Estado brasileiro com a reforma da previdência, simplificação tributária, revisão no funcionalismo público e privatizações. Essas mudanças refundam esse Contrato Social, evocando à população como o agente mais importante do Estado.

 

Adam Smith caracterizava a economia como a ciência da melhor alocação dos recursos escassos de uma sociedade, justamente o que precisamos. Margaret Thatcher julgou sua nação como um Estado pequeno e forte, enquanto via no Brasil um Estado grande e fraco.

 

O momento atual é fundamental, ou nos modernizamos e nos tornamos um Estado forte, capaz de entender a sua importância na geopolítica mundial e criar estratégias de poder internacional no competitivo mundo da geoeconomia global ou sucumbiremos a um Estado das corporações, dos déficits e da divisão social.

 

Igor Macedo de Lucena
igormlucena@yahoo.fr

Economista, empresário e professor da UniFanor Wyden
 

 

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