De imediato, o "mercado" respondeu positivamente, refletindo em resultados positivos da Bolsa de Valores e na redução da taxa de câmbio. Para analisarmos as expectativas da economia brasileira para os próximos anos, precisamos inicialmente abordar os cenários que estarão influenciando a economia nesse período, quais sejam: o cenário externo; as expectativas quanto ao sucesso das propostas de reformas prometidas e necessárias e, finalmente, como o mercado poderá reagir para fazer a economia mostrar desempenho mais favorável nos próximos anos.
Para o cenário externo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu mais recente relatório sobre perspectivas econômicas, reduziu a previsão de crescimento global para 2019, principalmente em economias desenvolvidas que provavelmente reduzirá o comércio internacional, contribuindo, ainda, a elevação das tensões sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Quanto ao cenário interno, as incertezas sobre o peso político do novo governo para promover as reformas previdenciária e tributária prometidas, ainda geram incertezas pela forma como o presidente Jair Bolsonaro, com seu ímpeto autoritário, conduzirá seu relacionamento com o Congresso Nacional.
Some-se, ainda, a nova governança com o "Super Ministro" da Economia, que terá à frente múltiplas funções, sendo um condutor, também de ímpeto autoritário. Praticar o liberalismo em países desenvolvidos ou com oportunidades de riqueza mais igualitárias é diferente de praticar o laissez-faire em países com elevada desigualdade de renda. Vamos ver no que dá.
Henrique Marinho
hjmmarinho@gmail.com
Economista e membro da diretoria do Ibef-CE