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O desafio de liderar teias corporativas
Opinião

O desafio de liderar teias corporativas

Edição Impressa
Tipo Notícia

 

É possível refletir sobre o futuro e sair da submersão a nós imposta pelas crises política e moral para vislumbrar o novo? Acredito que sim. Penso até que isso seja fundamentalmente necessário. O exercício, ainda que incapaz de resolver os problemas cotidianos, exige, porém, certa coragem. A substituição do homem pela máquina traz preocupações sobre os empregos. Todos os dias surgem listas de profissões ameaçadas, trazendo a certeza de que muita coisa ainda vai mudar daqui para frente.

 

Foi assim na época da revolução industrial, que acabou por criar mais empregos do que os que haviam sido extintos, mas não há certeza de que a história se repetirá como antes. Muita razão para temer o inevitável, ou muito combustível para explorar o desconhecido. A escolha sobre como enfrentar esse cenário é nossa. O desafio de liderar teias corporativas sem interlocutores diretos, a temida e desejada disrupção, são signos de um futuro muito próximo.

 

Vivemos a era do conhecimento, a era da economia intangível. Intangibilidade que sugere incerteza, seria isso mesmo? Em grande medida, sim. As certezas dos ativos imobilizados concretamente avaliados, do emprego com 800 artigos legais a cumprir e pouca liberdade de negociação. Tudo isso, para os dois lados (empregado e empreendedor), será posto em cheque e confrontado pela importância da qualidade de vida, da colaboração, da necessidade de hierarquias flexíveis, bem como muito diálogo a ser exercitado.

 

Como diriam estudiosos da contemporaneidade, compreender um determinado fenômeno é mais complexo do que identificá-lo. Mas nessa salada com ingredientes que parecem não harmonizar, um deles fará a diferença: A liderança. Lideranças que unam e compreendam, com capacidade de enxergar além da sua própria realidade para colaborar e parcerizar com setores e atores os mais distintos.

 

A capacidade de aglutinar, a abertura ao escrutínio de realidades complexas nos parece impositiva à líderes devotados em ver a evolução da economia acontecer e beneficiar não apenas o seu quadrado, mas a sociedade como um todo. Pouco espaço caberá para as limitações de pensamento e turbidez de conduta. É o futuro gritando à nossa porta e dele não podemos fugir!

 

Juliana Guimarães
jgoliveira@sfiec.org.br

Superintendente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)

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