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E quando a rádio escuta o ouvinte?
Opinião

E quando a rádio escuta o ouvinte?

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Tipo Notícia
Nesse último ano, honrei um dos melhores convites que já me foram feitos: participar do conselho de ouvintes da rádio O POVO CBN.

Muita coisa estava por detrás do convite extremamente simbólico feito por jornalista cearense, ícone de uma década na televisão cearense, hoje, âncora da rádio que você mais escuta.

Toca o telefone.

 

- Alô!

- Alô, boa noite. É o professor Kamillo?

- Sim. Posso ajudar?

- Oi professor! Aqui é a Maísa Vasconcelos...

 

E se você sobreviver, vai entender os objetivos da ligação: a rádio queria ouvir...o ouvinte.

 

Isso mesmo. A rádio O POVO, afiliada no Ceará da Central Brasileira de  Notícias - CBN, queria por lá, reproduzir a experiência do escrito, o quase centenário jornal homônimo.

 

Em mim, o sim já existia antes mesmo de ter sua razão. O rádio é uma paixão, desde o início dos anos 2000, quando apresentei na rádio comunitária da minha cidade do interior um programa diário de caráter religioso de rápidos trinta minutos.

 

Tal como minha experiência no rádio, esse ano passou muito rápido. Em cinco encontros, outros colegas, radiouvintes iguais a mim destrincharam, ao lado dos âncoras locais, repórteres, colunistas e produtores do Grupo O POVO, o fazer jornalístico e o cotidiano radiofônico que se transforma naquilo que ouvimos no rádio, vemos na tv e lemos no jornal, diariamente.

 

No Conselho, estava o povo. Um taxista, um corretor de imóveis, dois professores, uma dona de casa, um funcionário público, um jornalista e um autônomo compartilharam suas ideias e visões de como a rádio era percebida por nós, um humilde recorte de toda a sua robusta audiência e, por conseguinte, como poderia melhorar, ao nosso ver.

 

Foram bons momentos e boas discussões que renderam, pelo menos, bons diálogos entre os responsáveis pela rádio e seus superiores.

De concreto, a certeza de que o rádio permanece vivo e a cada dia, o tempo cotidiano e a tecnologia exigem a recriação de tão importante ferramenta de comunicação da contemporaneidade.

 

O mandato como conselheiro acabou. Mas, embora saibamos que de forma prática, isso aconteça todos os dias, fica o registro da minha satisfação de fazer parte do primeiro ciclo em que, de forma institucionalizada, na O POVO CBN, o ouvinte passou a ser ouvido pela rádio.

 

Kamillo Silva

kamilosilva@hotmail.com

Professor de História da rede pública estadual

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