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Toda vida importa?
Opinião

Toda vida importa?

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Ailton Lopes (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Ailton Lopes

Toda vida importa mesmo? Ou algumas valem mais do que as outras?

O Estado capitalista é por demais generoso com os ricos e punitivista com as classes trabalhadoras, sobretudo, as mais pobres.

O governo do Ceará, dentro dessa lógica, consegue chamar em caráter de urgência uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa para rapidamente aprovar mais dinheiro, mais efetivo policial e ainda recompensa para delações, para uma política repressiva de segurança pública numa guerra que ele criou, gerando pânico e caos.

É o mesmo governo que aprova, também, rapidamente, benefícios fiscais para empreendimentos como termelétricas ou mesmo doa 100 milhões de reais do dinheiro de nossos impostos para empresas de aviação.

Os mesmos 100 milhões que gerariam muito mais empregos com renda que ficariam nas comunidades e se reverteriam em mais arrecadação para o Estado, por meio de projetos de incentivo a atividades econômicas nos territórios, como o caso de empreendimentos de economia solidária e outros com assessoria de todo o aparato do Estado. É um dinheiro que vai e volta, é um investimento que fica no Estado, gera emprego e renda para o povo e se reverte em nova receita para o Ceará.

O senso de urgência, entretanto, é outro. O povo precisa de emprego, moradia, o que significa não apenas habitação, mas condições de habitabilidade como saneamento, infraestrutura de serviços, mobilidade etc. Mas o que o governo mais oferta ao povo é polícia. A mesma receita falida de sempre.

A gente precisaria mesmo de um governo que fosse capaz de surpreender e chamar uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa para aprovar bolsas de estudo, pesquisa, artes e esportes para toda a juventude, novas contratações de professores e professoras em caráter urgente para completar o quadro permanente com efetivos, mais recursos diretos para construção e reformas de escolas e equipamentos públicos de cultura, lazer, educação, geridos pela própria comunidade, incentivo às iniciativas que já existem em diversas comunidades, criação de Cras, Caps e a estruturação das unidades já existentes, rios de recursos não mais para armas, mas para projetos de socioeconomia solidária nas diversas comunidades, programa de saneamento básico capaz de trazer qualidade de vida para toda a população. Isso é pra já! Isso é urgente! n

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