Mais uma prova que turismo e segurança andam de mãos dadas. A morte de 14 pessoas, sendo seis reféns e oito suspeitos, em tentativa de assalto a banco em Milagres, a mais de seis horas de Fortaleza, na última sexta-feira, 7, trouxe, além de muita tristeza a famílias e dúvidas sobre a ação policial, reveses outros no Estado.
A repercussão foi internacional. No País, houve destaque nos grandes jornais. O alerta que o Ceará é onde ações ousadas acontecem extrapola as fronteiras do País além mar. Mancha a imagem do Estado.
Dos entraves para a reconfiguração do turismo no Ceará, o mais difícil de transpor é a questão da violência urbana. O problema afeta mais que o segmento, impacta a vida em sociedade, e exige respostas públicas mais profundas de longo prazo.
Em matéria publicada no O POVO, em abril deste ano, as informações davam conta de quedas nas vendas em cerca de 30%, no turismo, devido a notícias de mortes violentas no Estado.
Neste ano, já são contabilizadas cinco chacinas ou tentativas, marcadas pela atuação de facções criminosas no Ceará, com a morte de 53 pessoas. São vidas que se vão e que fazem os turistas pensarem duas vezes antes de vir ao Estado. Somente as belezas naturais e o destaque da gastronomia já não bastam mais.
Há redes de hotéis investindo em traslado próprio dos visitantes, na tentativa de minimizar os ânimos e a sensação de insegurança. O trabalho que tem para ser feito na área de segurança pública, portanto, ainda é intenso.
Enquanto a criminalidade persiste em crescer, o investidor tem que achar as soluções e tirar o dinheiro do bolso por conta própria.
Ante um mercado em ascensão, que resulta no Ceará como terceiro estado do País em geração de empregos no turismo, o combate à violência é um dos principais desafios.
Beatriz Cavalcante
beatrizcavalcante@opovo.com.br
Jornalista do O POVO