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Editorial. 70 anos da Carta dos Direitos Humanos
Opinião

Editorial. 70 anos da Carta dos Direitos Humanos

Edição Impressa
Tipo Notícia
A Declaração Universal dos Direitos Humanos chega, neste 10 de dezembro, aos 70 anos. Uma data importante, emblemática e que encontra a discussão sobre o tema colocada no momento histórico em termos novos e preocupantes, o que impõem uma grande reflexão à sociedade global. Mais do que nunca, estamos chamados a reafirmar a relevância de se ter uma ação de todos que foque a busca permanente por um mundo de paz e direitos universalizados, garantidos em qualquer canto do planeja onde se esteja.

 

Esse é um documento que resulta de um pacto entre países após os efeitos e as lições extraídas da trágica experiência de duas guerras mundiais, com seu lastro trágico de mortes e destruições. Entendeu-se necessário à época estabelecer as bases para a construção de uma sociedade mais justa, exatamente o que propõe a Carta em seus 30 artigos, além do preâmbulo, que tratam de temas como liberdade, igualdade, alimentação, moradia, tortura, enfim, aqueles que formam o núcleo central do que se pode definir como condições mínimas de sobrevivência digna a um ser humano.

 

Assuntos, todos eles, vivos e necessários ainda hoje, especialmente diante de  incertezas estabelecidas por uma nova ordem mundial na política que está em construção. Numa conjuntura em que autoridades globais importantes questionam o multilateralismo e apontam para um caminho de inflexão no avanço que se deu nos últimos anos no sentido de estabelecer um mundo mais solidário, é fundamental que entendamos esta data histórica como uma oportunidade que nos é oferecida para reafirmar compromissos em relação a um dos documentos mais formidáveis e justos já construídos pelo mundo dos consensos possíveis.

 

Há um ambiente de desafios colocados para quem busca esta sociedade capaz de tratar a todos de maneira igualitária. É certo que a Declaração dos Direitos Humanos baliza muitos dos avanços obtidos nas sete décadas de vigência que já experimenta, embora pareça claro, também, que se demonstra insuficiente, por si, para levar àquele mundo idealizado de respeito pleno aos direitos fundamentais inerentes à condição humana. É preciso que se faça mais e de maneira permanente para que o imaginado se torne o exequível.

 

A melhor forma de comemorarmos este 10 de dezembro, portanto, é reafirmando e defendendo todo seu conteúdo. Ali está a base necessária para se ter garantido a qualquer ser humano, em qualquer país e sob a circunstância que for, condições mínimas de sobrevivência e crescimento em ambiente de respeito e paz, igualdade e liberdade.

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