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Ideias e bens criativos
Opinião

Ideias e bens criativos

Edição Impressa
Tipo Notícia
As atividades da economia criativa podem ser classificadas em dois grandes grupos: tradição e inovação. No primeiro, relacionamos atividades como audiovisual, cinema, televisão, fotografia, discografia, rádio, artes visuais e cênicas, concertos e apresentações musicais, teatro, orquestra, setor editorial, livros, impressão, jornais, revistas, periódicos, literatura, bibliotecas, museus e galerias, gastronomia, produtos típicos, turismo, esportes, artesanato, design, arquitetura. O segundo reúne o multimídia, publicidade, software, games, suportes para os meios de comunicação (internet).

 

Esses grupos compõem os setores criativos que se distinguem dos setores tradicionais da economia, mas não deixam de manter estreitas relações socioeconômicas com eles. Percebe-se em tal contexto as dificuldades de conceituar a economia criativa, devido as dificuldades de identificar ou estabelecer com nitidez que insumos necessitam e os impactos gerados pelas atividades criativas.

 

Buscando vencer essas dificuldades, a secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura definiu os setores criativos como sendo "todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal o ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação de preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica". Nesse passo, o valor do bem criativo se encontra na capacidade individual ou coletiva de inventar, de criar. 

 

Assim, entendemos ideias que se transformam em bens e serviços criativos cujo valor deve estar protegido por direitos da propriedade intelectual.

 

Vale ressaltar também que os produtos criativos não se restringem a um segmento criativo. Caracteriza a economia criativa as infinitas possibilidades da miscelânea de linguagens, facilitadas pelas novas tecnologias e capacidade de interação multidisciplinar. Portanto, a realização da economia criativa se dá por meio do pensamento e da ação transversal, intersetorial e complexo.

 

Estamos falando de algo, portanto, que vai além do que denominamos de setor cultural. Estamos tratando da economia do intangível, pois seus bens são simbólicos, que se reconhece cada vez mais como motor do desenvolvimento sustentável e duradouro.

 

Joaquim Cartaxo

cartaxojoaquim@bol.com.br

Arquiteto e urbanista e superintendente estadual do Sebrae 

 

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