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Editorial. Em defesa de um banco e de uma região
Opinião

Editorial. Em defesa de um banco e de uma região

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Tipo Notícia

Como é normal acontecer em momentos como o que vivenciamos atualmente, de transição de governo no plano federal, a atenção de boa parte de setores representativos da sociedade cearense, nos campos da política e da economia, se volta para o que pode acontecer com o Banco do Nordeste (BNB). Especular nomes de quem será indicado para comandá-lo, na presidência e nos cargos de diretoria, parece importante, e isso começa a ser feito, mas, fundamental mesmo é que se prospecte o perfil que está sendo buscado para o posto, o que costuma indicar de maneira melhor definida o que está pensado pelos futuros dirigentes acerca do papel a ser desempenhado pela estratégica instituição. Há dúvidas acerca do tratamento que terá a região a partir de janeiro, boa parte das quais estarão dissipadas, ou, se for o caso, reforçadas, pelo encaminhamento que for dado ao tema.

 

A opção por um nome técnico será um passo inicial importante que estará dando o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para demonstrar interesse no fortalecimento do BNB. Claro que existem ações a serem consertadas, erros graves têm sido cometidos ao longo dos governos, especialmente nos mais recentes, dentre eles o escancaramento de suas portas ao aparelhamento político e partidário, em geral desatrelado de qualquer compromisso em preservar a instituição e mantê-la no trilho do que se espera de uma agência de desenvolvimento regional. É preciso alertar para a necessidade da mobilização que já se vê acontecendo não focar apenas na temática do nome, independente da relevância e da competência que apresentem aqueles que vieram a público nos últimos dias.

 

O Banco do Nordeste está presente em 1.990 municípios da região, distribuindo-se por 300 agências nos nove estados e mais o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Números expressivos, por si, mas não se conseguirá entender a sua importância olhando apenas para o quantitativo frio. Há muito mais envolvido e, certamente, dentro da equipe econômica que se forma já se consegue vislumbrar nomes capazes de trazer o debate ao seu ideal, alargado-se a visão sobre a importância de um organismo que desde quando foi criado, em 1952, desempenhou papel indispensável no combate às desigualdades regionais, problemática que exige atenção maior do que a que lhe tem sido dispensada.

 

Um alerta que também precisa ser feito à classe política nordestina. A luta do momento não comporta bairrismos e precisa levar aos futuros governantes uma compreensão do que representará para nós, que somamos 56,7 milhões de pessoas apenas entre os que residem nos nove estados, ter um BNB fortalecido e apto a apoiar a luta pelo equilíbrio na construção de um amanhã que se promete melhor para todos os brasileiros.

 

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