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Entre o "deixar fazer" e a disciplina radical e vazia
Opinião

Entre o "deixar fazer" e a disciplina radical e vazia

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Tipo Notícia

Volto a esse tema mais uma vez, pois ele tem sido recorrente ao longo dos anos. Houve uma época em que todo construtivismo era acusado de caos e desordem, proliferaram escolas de liberdade integral. Parcelas das famílias procuraram o rigor das escolas militares ou religiosas e a massa das classes médias ficaram no ensino tradicional clássico, sem recursos, salas abarrotadas e aulas de "cuspe e giz".

 

Na educação transcorrem os anos, as décadas e os séculos e não saímos do lugar. Algumas metodologias, como as de Montessori e Waldorf, creem no espontaneísmo, em deixar as escolhas com as crianças. Nesses sistemas construímos uma dificuldade grande na interação social, dificuldade de aceitação da norma, da regra imposta pelos coletivos e pela comunidade.  

 

Crianças que fazem o que querem ao contrário de independentes e autônomas, se tornam pessoas inseguras e com dificuldades sociais (por terem que submeter-se às regras).

 

No extremo oposto, há as escolas remanescentes "unissex" e escolas militares. Com uma metodologia disciplinar rígida, formam bons matemáticos mas não combinam a matéria com a criatividade, o empreendedorismo e a liderança. Geralmente, educam para a obediência.

 

No meio desses dois extremos estão as escolas tradicionais clássicas, que enchem outdoors de alunos(as) que passam em vestibulares e que seu quadro são: salas abarrotadas, "cuspe e giz" (hoje tecnologias modernas mas que desempenham o mesmo papel do giz). Sua incompatibilidade com o mundo moderno é de tamanha ordem que os meninos e meninas tendem a aprender toda sorte de "burla" e no final esquecem tudo que era suposto aprender.

 

A escola que precisamos deverá desvencilhar-se de todas es sas formas tradicionais e buscar, primeiro, o conhecimento epistemológico que fundamente a aprendizagem. Segundo, que se busque as metodologias adequadas ao ensino de cada disciplina. Terceiro, rever os quantitativos de alunos por sala de aula. Quarto, aplicar a revisão e organização dos conteúdos, não por critérios políticos de igualitarismo, mas pelas capacidades de aprendizagem do educando e pela inserção na cultura em que vive. 

 

Finalmente, o entendimento que carteira, quadro e livro didático não faz educação do fundamental e infantil, precisamos munir a escola de materiais concretos afeitos ao ensino de todas as áreas. 

 

Adriana Oliveira lima 

adri.o.l@hotmail.com 

Educadora e escritora

 

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