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Editorial. Transnordestina: compromisso
Opinião

Editorial. Transnordestina: compromisso

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Tipo Notícia
O Ceará - como de resto, boa parte do Nordeste - volta sua atenção novamente para a demora na resolução do impasse que vem impedindo a continuação das obras da Transnordestina - uma ferrovia estratégica que ligará o município de Eliseu Martins, no Piauí, aos portos do Pecém (CE) e Suape (PE). Ela permitirá, no caso específico do Ceará, que os setores produtivos cearenses, importadores e exportadores, interliguem o Estado ao restante do País, dando mais competitividade industrial em face da diminuição do preço frete, o que ajudaria o desenvolvimento regional como um todo com a consequente geração de novos empregos.

 

Já decorreram 12 anos desde que o projeto da obra foi retomado em 2006, dentro de parâmetros mais objetivos do que os focados inicialmente em 1998. O governo Lula retomou-a e pensou entregá-la em 2010, mas, a crise econômica internacional e a crise política interna prejudicaram essa meta. Reajustes no orçamento da obra têm levado a novos cálculos e projeções. A última paralisação já dura um ano.

 

A concessionária encarregada de levá-la a bom termo - a Transnordestina Logística S.A (TLSA), controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - está imersa em dificuldades para administrar a verba e obter mais recursos, após diversas revisões no orçamento. A tentativa de conseguir uma parceria com grupos econômicos externos não tem obtido êxito. A situação chegou a um ponto em que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) instaurou processo administrativo para apurar a demora e há a probabilidade de a empresa ter a concessão revista. O diagnóstico feito por técnicos tem 120 dias para conclusão, que poderão ser prorrogados por outro período de igual duração.

 

As estimativas orçamentárias apontam um aumento de 21,4%, passando de R$ 11,2 bi para R$ 13,6 bi. O valor é bem acima do previsto inicialmente, em 2006, de R$ 4,5 bilhões. A TLSA alega que no orçamento inicial do projeto, "o traçado era muito diferente do atual. Grande parte da ferrovia existente seria remodelada, com custos muito menores e haveria a construção de uma ferrovia nova no restante do traçado". Resta checar as informações.

 

O fato é que a obra é fundamental como suporte ao desenvolvimento regional, e redundará em benefício para o País como um todo, pois tudo está integrado. O desafio de viabilizar esses 1.700 quilômetros de ferrovia (resgatando o que devia ter sido feito desde que se fez a opção preferencial pelo modal rodoviário, no Brasil, equivocadamente) tem de ser respondido, e nada melhor do que uma campanha presidencial para obter esse compromisso dos candidatos.

 

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