Lêda Maria Feitosa Souto

Jornalista e escritora

Julho nunca ganhou de nós, brasileiros, esperas tão frenéticas. Acontece a Copa do Mundo e hoje, a seleção joga com a Bélgica, lá na Rússia, onde os cenários abrigam torcidas em torno de muita beleza e história. O jogo virá, mais uma vez, revelar porque somos uma nação da alegria, e, não vou analisar se isso é bom ou ruim no contexto social e político. Ocupamos o mesmo gramado de quem quer ver esse momento para libertar a alma, prisioneira de uma Nação empobrecida pela ação criminosa de poderosos tatuados de moralismos, praticando suas velhas e sempre atuais magias diabólicas.

Em recente palestra proferida para o Grupo das Mulheres Pensantes o Prof. Dr. Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, apresentou um tema interessantíssimo: “Segredos dos que vivem sem depressão e buscam ser felizes”. E um desses segredos ele revelou: “ Manter o bom humor e sorrir sempre, mas que seu sorriso seja a expressão sincera do seu bem estar consigo e com os outros. Sorria espontânea e genuinamente”.

Inseridos nessa lição processada, não só pela Copa do Mundo mas por outras manifestações como o carnaval, as festas juninas, o Dia do Padroeiro no sertão nordestino, o brasileiro ocupa espaços, comungando da alegria coletiva, do grito e do sorriso farto. Agressivos Brasil e Bélgica estarão combatentes no futebol, mantendo o espetáculo por longo tempo na dança dos pés infiltrando-se na paixão e no desejo de vitória de uma multidão vivenciando neste evento um tempo para nos apropriarmos da prática esportiva, simbolizando nossa brasilidade. Assim, entre o sorriso e a alegria, não haverá escalação para a tristeza, agressividade e a perturbação. Está em jogo o melhor da sexta-feira, atraindo o cruzamento do abraço, a confraternização, as previsões positivas, o colorido das ruas, a bandeira verde-amarelo tremulando em todos os lugares. Enfim, a troca de passes espelhando para nós e para o mundo os símbolos do bem-querer, do bem-comemorar, do humor, tudo motivando a festa da alegria, o sorriso acariciante, desculpem, que só nós brasileiros sabemos produzir.