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Editorial. É preciso cuidar já da transição
Opinião

Editorial. É preciso cuidar já da transição

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Tipo Notícia

O Brasil viverá, na fase entre o fim do processo eleitoral e a chegada de um novo governo, um momento de instabilidade que exigirá uma competente e delicada gestão para minimizar os efeitos naturais da transição de poder. Neste sentido, é louvável o cuidado que já apresenta a equipe econômica atual de buscar as assessorias dos pré-candidatos para um início de discussão sobre o cenário de futuro que se desenha para o País no setor. Cenário, todos sabemos, que não projeta facilidades no seu horizonte.


Alguns dirão que é ainda muito cedo, sequer temos candidaturas oficializadas. Tudo bem, há esse aspecto, mas o momento grave indica como útil uma iniciativa que busca oferecer elementos para a construção de um projeto de governo que considere a realidade a partir de estatísticas e números confiáveis.


Há muita dúvida no campo econômico, especialmente depois que o Congresso Nacional impôs um conjunto de derrotas ao fragilizado governo e, com isso, ficaram estabelecidos compromissos de futuro que impactarão nas já debilitadas contas públicas. O quadro à vista indica que teremos uma transição com dificuldades que há alguns anos não experimentávamos, o que torna indispensável aos envolvidos na disputa eleitoral pela presidência da República que disponham de informações seguras para agir no momento crucial da chegada.


Louve-se a boa disposição do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, de ir aos partidos e às equipes de assessorias para sugerir as conversas, se colocar à disposição, oferecer os dados de que precisam para entender o tamanho de desafio que espera quem vier a sair vencedor. Em tais horas, a postura de quem é governo faz a diferença no sentido de possibilitar o conhecimento real do quadro e, claro, permitir que as ações sejam elaboradas considerando a visão de mundo de cada um.


É um passo importante, especialmente quando se considera o momento caótico da política nacional. As urnas dificilmente nos oferecerão em perspectiva, com qualquer resultado, uma alternativa que encaminhe uma ideia de consenso, o que aumenta muito a responsabilidade de quem estiver envolvido nos debates que acontecem nessa fase crucial de definições.


Guardia e equipe já demonstram, com a atitude de agora, consciência da importância de termos uma transição com os cuidados necessários para que mais este fator de instabilidade não venha a alimentar um quadro já suficientemente difícil. É preciso, de outra parte, que os envolvidos com as campanhas e os candidatos apresentem igual disposição de discutir o quadro real que os espera a partir de janeiro de 2019.

 

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