Estevão Carvalho Rocha
estevao.lcr@gmail.com
Pró-reitor do Centro Universitário Christus
As estratégias genéricas de Michael Porter (professor de Harvard, autor de diversos livros sobre estratégias de competitividade) têm sido utilizadas em diversos setores econômicos. Segmentam-se em três modelos: diferenciação, foco e custo. A estratégia de diferenciação atua com produto ou serviço mais qualificado, necessitando adaptar os preços ao padrão de qualidade pretendido. Na estratégia de foco, tem-se a atuação valorizando a qualidade, concentrando-se em um nicho do mercado. A estratégia de custo, que tem ênfase em grandes volumes para permitir baixos custos, tende a comprometer a qualidade.
Muitas Instituições de Ensino Superior (IES) atuam com a estratégia da diferenciação. Comprometidas em prestar ensino de qualidade, oferecem melhores serviços educacionais. Contam com excelentes professores, a maioria mestres e doutores. Oferecem, ainda, excelentes instalações e projetos pedagógicos que intensificam a aprendizagem, dotando o estudante de conhecimentos e habilidades, possibilitando-lhe boa posição no mercado de trabalho e administrar o próprio negócio. A estratégia de foco assemelha-se no que tange à qualidade. Ao diferenciar-se por atuar com poucos cursos, prescinde da pluridisciplinaridade entre diversos cursos. É menos frequente entre as IES, devido ao custo elevado para o estudante.
A estratégia de custo é utilizada, sobretudo, pelos grandes players. Abrindo mão de certa qualidade, concentram sua atuação na redução dos custos. Com isso, conseguem baixar preços. Todavia, esse tipo de estratégia tem implicações que podem ser prejudiciais ao processo de ensino-aprendizagem, comprometendo a qualidade da formação do estudante. Nesse contexto, as melhores avaliações do MEC via Enade, concentram-se nas IES que usam os modelos de diferenciação e de foco. A formação acadêmica é um diferencial que se leva para a vida toda. Sendo mal construída, as consequências podem ser desastrosas.