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Editorial. Parque do cocó: o que falta fazer
Opinião

Editorial. Parque do cocó: o que falta fazer

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Tipo Notícia

Ainda que, à época, tenha desagradado a alguns setores do ambientalismo, a demarcação do Parque do Cocó pode ser creditado com uma das melhores realizações do governo Camilo Santana (PT). 

 

É certo que as críticas, mesmo sendo respeitáveis - devido à não inclusão de algumas áreas na poligonal do parque -, vão se tornar detalhes no decorrer do tempo, frente ao grande benefício propiciado pela sua transformação em Unidade de Conservação, que vai permitir que o Cocó continue a ser desfrutado por gerações futuras. 

No entanto, para que isso ocorra em toda a sua plenitude, alguns complementos ainda são necessários para garantir a plena viabilidade do parque, como demonstrou reportagem, assinada pela jornalista Luana Severo, publicada na edição de ontem.
 

Passado um ano da demarcação do Cocó, alguns procedimentos ainda estão em estágio embrionário. Um desses itens, o mais importante e obrigatório, é o plano de manejo (lei 9.985/2000 ), que ainda nem começou a ser elaborado. O plano de manejo estabelece um “conjunto de ações necessárias para a gestão e uso sustentável dos recursos naturais em qualquer atividade no interior e em áreas do entorno dela (da unidade de conservação) de modo a conciliar, de maneira adequada e em espaços apropriados, os diferentes tipos de usos com a conservação da biodiversidade” (Ministério do Meio Ambiente - ICMBio).

Ou seja, o instrumento determina qual o uso se pode fazer do parque, preservando-lhe a integridade, e deve ser elaborado no prazo máximo de cinco anos, desde a criação da unidade de conservação. O secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno disse que brevemente o plano começará a ser encaminhado.

De pronto, o secretário pretende lançar o Pacto pelo Rio Cocó, reunindo diversos setores sociais e os quatro municípios por onde passa o rio: Pacatuba, Maracanaú, Itaitinga e Fortaleza. Segundo ele, o objetivo é recuperar o Cocó em todo o seu percurso de 50 quilômetros.


Outra questão a ser resolvida, na qual Bruno diz estar empenhado, é a regularização fundiária das construções dentro da unidade. Um levantamento vai determinar a quantidade de imóveis existentes e, segundo o secretário do Meio Ambiente, permanecerão apenas as famílias de comunidades consideradas tradicionais.
 

Artur Bruno, que esteve à frente da demarcação do Cocó, fez do parque uma das prioridades de sua pasta, conseguindo resultados bastante expressivos. Portanto há de se confiar que ele esteja encaminhando o assunto da melhor maneira possível. E é de se esperar que esse trabalho tenha continuidade no próximo governo.

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