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Editorial. Gás natural renovável
Opinião

Editorial. Gás natural renovável

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Tipo Notícia

O Ceará passou esta semana a contar com uma unidade de captação, tratamento e distribuição de Gás Natural Renovável (GNR), sediada em Fortaleza. Será a primeira rede construída no Estado a distribuir GNR para uso final, e a segunda maior do País em estrutura, com capacidade inicial de 100.000 m³ de biometano - combustível renovável usado para abastecer veículos, indústria e residências. Mas pretende ser a primeira do País dentro de dois anos, pois a meta é atingir a produção de 150 mil m³/dia.


A usina GNR está instalada no Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia (Asmoc) e distribuirá seu produto através um gasoduto de 23km. Trata-se de uma parceria entre a Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Prefeitura de Fortaleza e a Gás Natural Renovável Fortaleza. O biogás, como se sabe, é gerado a partir da decomposição de resíduos orgânicos depositados no Aterro, principal destinação de todo o resíduo sólido recolhido em Fortaleza e Caucaia. Dele será extraído o metano, cuja sucção será feita por tubulações. 

 

O gás natural renovável, propriamente dito, resulta da separação de CO2 do metano e da remoção de contaminantes.
 

Além dos ganhos econômicos consideráveis, resultantes da produção desse tipo de energia alternativa, os benefícios para o meio ambiente são extraordinários.
 

Mais de 610 toneladas de CO2 deixarão de ser lançadas na atmosfera, anualmente, por conta disso. Estima-se que seria o correspondente à retirada diária de mais de 800 mil litros de diesel do setor de transportes, cuja combustão agravaria a emissão de gases de efeito estufa, na atmosfera. 

 

Quanto mais se gerar energia renovável, menos se fará necessária a utilização de combustíveis fósseis, extremamente poluentes.

Fazer com que esse gás chegue às empresas e residências, como objetiva o Governo do Estado, e à própria frota de transporte público, como estaria planejando a Prefeitura de Fortaleza, é um passo importantíssimo, tanto do ponto de vista do aproveitamento de um recurso natural que era desperdiçado, como por tornar o produto mais competitivo em relação ao gás natural normal em Fortaleza e Região Metropolitana e, mais ainda, ainda como solução para a substituição da lenha como combustível para olarias. É o caso, por exemplo, dos investimentos de mais de R$ 40 milhões no aterro consorciado de Jaguaribe, para atender ao setor cerâmico. Com isso se combaterá objetivamente o desmatamento feito para transformação em lenha do que resta do esquálido patrimônio vegetal do Ceará. Precisa dizer mais?

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