É preciso ter a coragem de mudar! É preciso ter a coragem de lutar para uma mudança radical e acreditar que é possível realizar.
 

Há anos que os partidos de esquerda exigem dos políticos britânicos que seus filhos utilizem a rede pública de ensino (rede do estado, já que na Grã-Bretanha o “public school” é privado).
 

Até o presente momento não conseguiram e o resultado ao longo dos últimos 40 anos é a degradação do ensino público, uma vez considerado exemplo a nível mundial.
 

Na Finlândia, há somente 40 anos, um país simples e com pouca significância para a economia mundial na época, implementou-se uma reforma radical do sistema educacional no país. Tem como base fundamental o oposto dos sistemas do ocidente, a “reduzida avaliação contínua do aluno” e a supervalorização do professor. Em pouco mais de uma geração, Finlândia ganhou reconhecimento mundial na qualidade de ensino. Um país onde pobre e rico estudam na mesma escola. O IDH está hoje entre os top 30 do mundo.
 

Observando recentemente as experiências inéditas da elite brasileira no sistema carcerário (Veja O Mecanismo, uma série da Netflix, recém- lançada) ficou muito claro a distância não saudável que este País insistiu em construir entre os cidadãos. Uma distância injusta, desnecessária e cruel que simplesmente resultou numa sociedade caótica e violenta de qual muitos desta “elite” (e ainda potenciais futuros que precisamos) fogem para poder sobreviver. Está se colhendo os frutos do egoísmo, da ganância e da falta de valores humanos. Sem mudança radical, não terá solução
 

Uma escola para todos seria uma base para reconstrução. Uma escola onde todos convivam num período de formação independentemente da sua classe social. Na Finlândia, professor do sistema educacional único do país precisa de mestrado, financiado pelo país; seleciona-se os professores dos melhores 10% dos graduados. Eles só ficam 4 horas por dia na sala de aula e 2 horas por semana em desenvolvimento profissional. Na Finlândia, exames e avaliações passam a ser importantes somente a partir dos 16 anos. 93% dos finlandeses completam o high school.
 

Precisamos modificar radicalmente nossa metodologia de ensino para modificar os valores humanos deste País. Uma escola para todos é um caminho.

Annete de Castro
annettereeves1@hotmail.com
Vice-presidente da Mallory Eletroportáteis e líder do Grupo Mulheres do Brasil