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Educação para uma Cultura de Paz
Opinião

Educação para uma Cultura de Paz

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Tipo Notícia

A primeira reação que comumente surge ao pensar sobre a violência é a de combatê-la com a paz. Mas contra qual violência e com que paz vamos lutar? As respostas imediatas se relacionam com a violência urbana em nossa cidade, as guerras em países distantes, o terrorismo, a violência contra as minorias, entre outras situações. Respostas que em grande parte apontam para as consequências da violência, geradas e bem alimentadas por causas pelas quais não refletimos.


Será que este convívio maior com as consequências da violência, tem nos educado, como se fosse uma lição diária, para uma cultura que garante a ignorância sobre as razões da violência e acomodação para mudanças? Educação para alienação? É preciso responder a estas questões na perspectiva de uma verdadeira Cultura de Paz, em que além de denunciar e mobilizar contra as consequências, deve-se mergulhar com profundidade para conhecer as causas, pois quanto mais conhecemos melhor poderemos lidar.
 

A resposta precisa passar pela educação da consciência que enxerga o ventre gerador da violência, as causas associadas à desigualdade social e econômica tão intrínseca nas nossas relações na família, na escola, no trabalho e na sociedade em geral. Destaque especial para o estabelecimento das leis, pelos que detém o poder, definindo muitas das relações de injustiça e que fomentam as possibilidades de violência – “Eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra a lei. E a lei é contra paz! ” (Gabriel, o Pensador).
 

Educação da consciência, missão de todas as instituições que lidam com a formação das pessoas, em especial nossas escolas e universidades. Aqui deveria ser regra oficial o trabalho de uma educação comprometida com a construção do cidadão justo e fraterno, responsável pelo bom combate às causas da violência.
 

Educação para uma Cultura de Paz! Que as primeiras palavras a serem ensinadas nas escolas sejam as de respeito, justiça e fraternidade. Que as relações sociais se tornem aulas permanentes para bem conviver com as diferenças, sejam elas quais forem, econômicas, sociais, raciais, sexuais, ideológicas. Que os professores sejam educadores e promotores desta Cultura, ensinando aos seus alunos sobre o poder da consciência em transformar as causas da violência em sementes para uma sociedade mais justa. Enfim, que possamos garantir no presente e para o futuro, gerações com a identidade da Paz.“Geração Paz!

 

Ivan Rodrigues
ivanrsf@terra.com.br
Psicólogo, educador e representante do Colégio Antares no Programa de Escolas Associadas a Unesco

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