Muito comum os pais e adultos em geral ficarem empolgados com criancinhas bem pequenas saberem manipular um celular. Antes de tudo é preciso saber que todas as crianças podem fazer isso, não constituindo nada de especial a atenção no desenvolvimento infantil. O mesmo pode ser dito em ser “mestre” em algum joguinho. Qualquer criança familiarizada com o celular aprende a manipular, arrastar o dedinho e clicar em figuras de seu interesse. Aos quatro anos mais ou menos são capazes de jogar alguns joguinhos. Mas estas habilidades NÃO significam nada na construção da inteligência propriamente dita.

 

Até os 7 anos o uso da tecnologia é absolutamente desnecessário, e mesmo contra indicado, na escola, assim como foi a TV e os jogos eletrônicos. Se os pais não regularem o uso compulsivo destes recursos é necessário, pelo menos, saber que nada diz da inteligência de uma criança. Quanto a escola deve evitar o uso destes recursos no decorrer, pelo menos, dos 7 primeiros anos.

O papel da escola é inserir os indivíduos em suas comunidades, socializar, construir as ações solidárias. Superar o egocentrismo normal e comum e alcançar a capacidade de colocar-se do ponto de vista do outro. Ver, ouvir e perceber o outro, eis o papel da educação infantil. Assim, o instrumento desta construção é outro SER HUMANO. Olhar o outro, falar com o outro, ajudar o outro, respeitar o outro. Máquinas não resolvem as dificuldades impostas pelas frustrações e o cultivo do amor.

Toda tecnologia pode ser desligada, abandonada ou reiniciada... o outro ser humano não! Assim, a única tecnologia da educação infantil é colocar as crianças umas com as outras, trabalhar em grupo, dramatizar, cantar, fazer experiência física, explorar os ambientes sempre criança com outra criança.

Os celulares ficam para uso dos pais quando não puderem dar atenção às crianças ou estiverem só entre adultos ou outras circunstâncias familiares. n

 

Adriana Oliveira Lima

adri.o.l@hotmail.com

Educadora e escritora