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A inflação oficial e a sentida no seu bolso
Opinião

A inflação oficial e a sentida no seu bolso

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Durante as últimas semanas, um dos questionamentos mais frequentes têm sido sobre a veracidade dos níveis de inflação oficial representados pelo IPCA que em janeiro alcançou 0,29%, a menor variação desde o Plano Real, e que em 2017 foi de 2,95%, abaixo do piso da meta estabelecida pelo Governo de 3%, portanto a menor das últimas décadas.  

Falta explicar para cada família qual o motivo pelo qual essa inflação tão baixa para os nossos padrões não está sendo sentida, igualmente, nos orçamentos familiares, com suspeitas até sobre a sua veracidade.  

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA é utilizado pelo Banco Central no acompanhamento das metas de inflação. Produzido pelo IBGE, mede as variações de preços do consumo das famílias com recebimento mensal de 1 a 40 salários mínimos, nas principais regiões metropolitanas do País.  

Se as suas compras não tiveram esse alívio na inflação, a explicação está na constatação de que os itens que fazem parte da sua cesta de consumo têm pesos diferentes daqueles da pesquisa do IBGE, produzindo o seu próprio índice de inflação.  

Em 2017, houve uma supersafra que reduziu o preço dos alimentos em 4,85%, item de maior participação (25%) nas despesas das famílias. Por outro lado, o botijão de gás aumentou 16%, planos de saúde 13,5%, ensino médio particular 10,3% entre outros. Porém esses itens possuem menos peso na cesta de consumo do IPCA.  

Ajustar o orçamento mantendo o padrão de vida, só com a combinação de “ganhar mais e gastar menos”. Elaborar e acompanhar um detalhado Orçamento Familiar deve ser o primeiro passo. Alimentação, transporte e habitação são as despesas mais representativas e devem ser a prioridade na racionalização dos custos.  

Nunca se deve esquecer que o padrão de vida deve ser aquele que cabe no nosso bolso, não aquele com o qual se sonha, além de tentar fazer uma reserva para as emergências e imprevistos que sempre acontecem!

 

Lauro Chaves Neto lchavesneto@uol.com.br Economista

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