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Vampiro sangue ruim
Opinião

Vampiro sangue ruim

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Tipo Notícia


Depois da repercussão do desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que já entrou para a história mostrando para o mundo com maestria, simplicidade e inteligência o cenário perverso reinante em nosso país, traduzido com a imagem do presidente Temer como o vampiro neoliberal, dos patos manipulados, do papel da grande mídia orquestrando e conduzindo toda essa farsa instaurada desde a eleição legítima e democrática da presidenta Dilma e da pergunta: Meu Deus! Meu Deus!, está extinta a escravidão? - fiquei pensando o que será que o vampiro neoliberal Temer vê quando se olha no espelho. Sim, porque uma das lendas acerca dos vampiros sustenta que eles não vêem seus reflexos no espelho por não possuírem alma. Então: um presidente sem alma. 


Outra tentativa de explicar os vampiros fala que eles foram pessoas enterradas prematuramente. Já outra hipótese sustenta a crença na decomposição dos corpos. Há também a explicação a partir de uma doença, a porfiria conhecida antigamente como a “doença do sangue ruim”. Vá juntando: um presidente sem alma e de sangue ruim.
 

É muito curioso que essas e muitas outras tentativas de dar conta dessas criaturas, tidas também como mortos-vivos, conseguirem representar tão fielmente e de forma tão explícita a figura de um chefe da nação que está a arruinar nosso país. Ávido por entrar na história talvez assim como Vlad, o Empalador príncipe da Valáquia, considerado um monstro, um assassino sádico por utilizar o empalamento, método de tortura e execução que consistia na inserção de uma estaca pelo ânus, vagina ou umbigo até a morte do torturado. Agora então temos: um presidente sem alma, de sangue ruim e que tortura o povo com medidas sádicas que usurpam direitos legítimos conquistados há tão pouco tempo na história da nossa democracia.
 

Penso que não poderia ter outra representação mais cabível para traduzir um sujeito que tenta sugar o sangue e a alma de um povo sofrido. De um sujeito que está no poder mas que não tem poder algum visto não representar a grande maioria da população. De um sujeito perverso. Perverso aqui como aquele que se compraz em assistir a dor do outro.
E pra terminar: “Meu Deus! Meu Deus! Se eu chorar não leve a mal. Pela luz do candeeiro. Liberte o cativeiro social.”

 

Sabrina Serra Matos
sabrinamatos@unifor.br
Psicóloga, Psicanalista e professora da Unifor

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