Logo O POVO+
Idéias. Ceará na Declaração da Cidade do Cabo
Opinião

Idéias. Ceará na Declaração da Cidade do Cabo

Edição Impressa
Tipo Notícia

Os desdobramentos da reunião que aconteceu na Cidade do Cabo, África do Sul, no Hospital Grote-Schuur, por ocasião da comemoração dos 50 anos do primeiro transplante cardíaco no mundo, trouxeram para o Ceará uma série de oportunidades para a participação dos nossos profissionais em pesquisas clínicas de alto nível com instituições consagradas na área do transplante cardíaco como o John Hopkins University (USA), Saint Vincent (Austrália), Cape Town University (South Africa), entre outras.

Como representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e da América Latina consegui participar das movimentações que aconteceram durante os quatro dias desse encontro épico.  

Os resultados do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana (HM) foram apresentados e receberam notórios elogios dos representantes dos mais importantes centros transplantadores do mundo.  

O Ceará, através do HM, tornou-se o interlocutor da América Latina para o resto do mundo, devido ao trabalho realizado por toda a equipe nesses últimos vinte anos.  

Já foram quatrocentos transplantes realizados, sendo cinquenta e cinco em crianças. Esses números demonstram que é possível, mesmo em meio a tantas dificuldades que vivem os hospitais públicos na região nordeste do Brasil, destacar um serviço de qualidade que conta com força, ímpeto e dedicação dos profissionais. Além disso, fui signatário da Declaração da Cidade do Cabo que determina um anseio global pelo atendimento à população carente de acesso às cirurgias cardíacas de correção de problemas valvares decorrentes da Febre Reumática.  

Essa declaração propõe estabelecer uma coalizão para os próximos vinte anos entre países com centros de treinamento reconhecidos, indústrias de fabricação de materiais cirúrgicos e hospitalares, ONGs e países que precisam dessa ajuda. 

A nossa proposta de que o Brasil participe através da assistência aos países africanos lusófonos foi muito bem recebida e caberá a Secretaria de Saúde do Estado a possibilidade de inserir o HM nesse movimento global.

 

Juan Mejia mejia.juanc@gmail.com Cirurgião cardiovascular 

O que você achou desse conteúdo?