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Maria Genúcia Cunha Matos: "A importância da fotoproteção"
Opinião

Maria Genúcia Cunha Matos: "A importância da fotoproteção"

Mesmo indivíduos de pele negra não estão isentos do uso de filtros solares regularmente
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Dezembro é dedicado à Campanha de Diagnóstico e Prevenção do Câncer de Pele em todo o Brasil há 18 anos. Trata-se de uma iniciativa de todos os Serviços de Dermatologia credenciados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e tem como objetivo principal o exame de detecção dos mais variados tipos de câncer de pele, além de lesões com potencial de transformação maligna. Neste ano, em Fortaleza, a Campanha contou com a participação de três serviços de Dermatologia: do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará; do Centro de Dermatologia Dona Libânia; e do Hospital Geral de Fortaleza.


No Hospital Universitário, foram atendidos cerca de 420 pacientes, com o diagnóstico de 45 carcinomas basocelulares, dois carcinomas espinocelulares e três casos de melanoma maligno. Os pacientes que necessitam de tratamento foram agendados nos serviços de Dermatologia e Cirurgia Plástica do Hospital Universitário para darem seguimento. A ação contou com a colaboração de 30 médicos, que se dedicaram ao exame minucioso de cada lesão, além de terem fornecido informações acerca do uso correto do fotoprotetor.


O câncer de pele é o mais prevalente na população brasileira por ser nosso país de clima quente e tropical. Dentre as lesões pré-malignas, a mais comum é a ceratose actínica, que se caracteriza por manchas avermelhadas e acastanhadas em áreas fotoexpostas, com superfície crostosa e de surgimento após os 50 anos de idade. O câncer de pele mais frequente é o carcinoma basocelular, com cerca de 75-80% dos casos, seguido do carcinoma espinocelular e do melanoma maligno, sendo este último um dos tumores mais malignos que acometem o ser humano.


Nesse contexto, o uso de fotoprotetores se faz necessário. Para que o produto possa ter um aproveitamento maior, é importante que ele seja aplicado, de preferência, em dupla camada, cerca de 40 minutos antes da exposição solar. Em dias de exposição ao ar livre, a aplicação deve ser feita a cada duas horas, pelo menos. O tipo de protetor solar, bem como seu fator de proteção, deve ser avaliado e prescrito por médico dermatologista.


Pacientes com fototipos baixos que apresentem olhos e cabelos claros e pele branca necessitam de fotoprotetores com fator de proteção mais elevado e aplicação mais frequente. Mesmo indivíduos de pele negra não estão isentos do uso de filtros solares regularmente. Lembrar que o filtro deve ser aplicado todos os dias e em todas as áreas expostas ao sol mesmo em dias de chuva e mesmo dentro de casa. O momento da Campanha é o mais oportuno para lembrar que o uso do fotoprotetor é obrigatório para todos e não representa um passaporte para ir ao sol! 

 

Maria Genúcia Cunha Matos

genucia@gmail.com

Médica dermatologista do Hospital Universitário Walter Cantídio/Ebserh e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará

 

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