A Prefeitura de Fortaleza avisa que em 2018, com uma nova forma de monitoramento dos fatos, políticas públicas de prevenção e acompanhamento serão elaboradas. A falácia da política pública é utilizada como forma de empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Ou elas não existem ou não foram implementadas ou ainda, se foram, não estão sendo monitoradas e avaliadas. Se já sabemos que em 2016 os homicídios só perderam para o AVC e que agora lideram a lista, por que a espera?
Quando os governos municipais e estadual vão reconhecer que perderam para o tráfico, para a violência, para o crime organizado e decidir enfrentar o problema de uma forma coerente e responsável e que mesmo a longo prazo mude a nossa realidade? É uma pergunta. A compra de carros importados para a Polícia Militar, fardamentos estilizados, motocicletas novas, aumento do contingente de policiais não deu conta, então mude de tática. Desde 2007, quando a imprensa nacional noticiou que o então governador Cid Gomes teria convidado o estilista Lino Villaventura para desenhar as fardas dos policiais do Ronda do Quarteirão, foram-se dez anos.
As crianças sem escola e lazer, criadas dentro de comunidades completamente abandonadas pelo poder público, cresceram. Os adolescentes viraram homens e mulheres. Alguns se entregaram ao trabalho no tráfico e morreram. Outros assaltam casas de forma reiterada e aterrorizam as comunidades onde vivem sem que alguém faça qualquer coisa. A polícia bem fardada e em carros importados não consegue dar “vença” e a notícia espalhada aos quatro cantos, levada pelo vento que sopra do mar é a de que não nos preocupemos, pois o Raio vai chegar.
Adriana Soares Alcântara
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