Não há um passe de mágica que possa, no curto prazo, devolver ao País as estabilidades política e fiscal. Torna-se urgente a construção de um pacto que envolva políticos, empresários, entidades civis, academia e movimentos sociais, para combater um dualismo perverso que vem dificultando o bom debate e as reflexões necessárias em um momento de crise profunda. O caminho mais fácil tem sido a demonização da política. Na história recente da humanidade, o nazismo, o fascismo e ditaduras sangrentas surgiram da negação da política.
Já passa da hora de cessarem as agressões, o preconceito e a censura a manifestações políticas, artísticas, religiosas, culturais, de gênero, de raça etc. O brasileiro precisa urgentemente voltar a conviver com as diferenças típicas de uma nação multicultural, onde contrastam com as grandes metrópoles, tribos indígenas localizadas na selva amazônica, que falam outras línguas, mas que pertencem à mesma pátria. Não haverá avanço, nem na política nem na economia, com segregações em uma nação. Somos um só país. O País que trabalha e produz é o mesmo de 13 milhões de desempregados. O País que estuda é o mesmo de 26 milhões que estão fora da escola.
O Brasil nunca será um país justo, enquanto persistir o enorme fosso existente entre a maioria pobre e a minoria rica. Em 2018, os brasileiros terão a oportunidade de voltar a acreditar na política e votar para que o Brasil recupere as esperanças perdidas.
Jesualdo Farias
jesualdo.farias@gmail.comSecretário estadual das Cidades e professor titular da UFC