As escolas, fracas em estudos e propostas pedagógicas, se perdem em discussões fúteis e se submetem às pressões sociais. Hoje quem dirige a maioria das escolas são os pais dos alunos e o Ministério Público. Gasta-se enorme tempo em protestos sobre materiais que podem ou não ser pedidos pelas escolas, os valores cobrados, as vagas insuficientes e a inclusão aos trancos e barrancos. A neurociência, um dos sólidos estudos que eram conduzidos no Brasil, ficou prisioneira dos estudos das síndromes afeitas a profissionais clínicos. A alfabetização passou a ser um amontoado de “ideias legais” veiculadas por sites medíocres e “especialistas de “90 minutos”.
O MEC conclui que devemos resolver a questão da leitura reduzindo a idade da alfabetização. Beira o ridículo. Os estudiosos devem sentir vergonha alheia. Ora, se a criança não consegue ler aos 7 anos, como conseguiria ler aos seis ou cinco anos? Não precisa ser um gênio para perceber este vício estúpido de acreditar que a repetição ensina alguma coisa. O que seria necessário para de uma vez por toda se entender que, quanto mais cedo se coloca um conteúdo incompatível com a idade mental, menos a criança aprende.
Quem sabe se tentassem alfabetizar aos 8 anos as crianças brasileiras seriam capazes de aprender a leitura? Qual parte estes técnicos não entenderam que existe uma idade mental para cada aprendizagem? Não, a questão não é de entendimento é de total falta de estudo sério da psicologia e da pedagogia.
Adriana Oliveira Lima
adri.o.l@hotmail.comEducadora e escritora