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Roberto Macêdo: Obama e a democracia
Opinião

Roberto Macêdo: Obama e a democracia

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Estive presente na palestra do estadista Barack Obama em São Paulo, num evento realizado pelo jornal Valor Econômico e pelo banco Santander, no dia 5 deste mês, quando o ex-presidente dos Estados Unidos fez uma retrospectiva de seus dois mandatos, evidenciando os princípios norteadores da sua trajetória como cidadão e político.

 

Ressaltou-se a relevância conferida por ele aos temas da qualidade da educação, da formação de jovens lideranças, do fortalecimento da democracia como o melhor sistema político e da necessidade de união das pessoas em torno dos propósitos de seus países.


No que diz respeito à educação no Brasil, estamos muito longe de atingirmos a qualidade necessária para tirar o máximo proveito das potencialidades do país. A grande maioria das nossas escolas ainda está apegada ao ensino formal, sem preparar devidamente seus alunos para o exercício da cidadania. No entanto, não podemos esquecer que a formação integral do ser humano começa em casa, onde os exemplos dos pais desempenham papel fundamental.


Outro ponto abordado por Obama foi o trabalho com jovens, que ele vem desenvolvendo por meio de uma fundação que leva o seu nome, surgida nos EUA, e com o propósito de chegar a cem países, inclusive já contando com um núcleo instalado no Brasil.


A preparação de jovens para serem bons líderes é realmente algo mundialmente urgente, diante do risco do individualismo identificado por Barack Obama como decorrente da massificação de informações, sobretudo nas mídias virtuais, por onde circulam coisas boas, mas também muitas ruins, influenciando negativamente e distorcendo a formação da juventude.


Ficou especialmente marcada a posição do líder estadunidense em favor da democracia, como o único caminho efetivo para a promoção de mudanças duradouras em prol do bem coletivo. Esta crença é particularmente importante para um país como o nosso, onde ainda há pessoas que não compreendem que as soluções pelas vias democráticas são mais trabalhosas, porém mais consistentes e menos dolorosas.


O desvirtuamento da democracia que estamos assistindo no Brasil não pode ser confundido com o exercício correto desse sistema de governo, que pressupõe justamente o zelo pelas necessidades e anseios da população. Se temos o mau exemplo imperando, o que precisamos é mudar aqueles que estão traindo as responsabilidades que assumiram ao postularem funções de representação e de defesa dos cidadãos, em consonância com os interesses da nação brasileira.


Obama fez um alerta que me parece muito apropriado para a atual situação nacional, ao mostrar que o partidarismo exacerbado distancia o cidadão da verdadeira política, causa desunião e leva as pessoas a esquecerem que fazem parte do mesmo país.

 

Roberto Macêdo

roberto@pmacedo.com.br

Empresário

 

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