Dados do Sindiônibus revelam que a maioria das pessoas se desloca para o Centro via transporte público; 81 linhas possuem ponto de retorno na Área Central e 32 por ali trafegam. Números de viagens diárias: 7.250,9 (dias úteis); 5.912,6 (sábados); 3.740,9 (domingo). 417.834 pessoas são transportadas diariamente dos bairros para o Centro. Tal modalidade precisa, pois, estar mais próxima das lojas, para conforto e comodidade maiores de quem a utiliza.
Nós, lojistas, outrora fechávamos os nossos estabelecimentos às 18h30min; hoje, os colaborares pedem que cerremos as portas às 17 horas, por receio de serem molestados no deslocamento até seus locais de embarque. Por questões de segurança, alguns não querem mais trabalhar no Centro, preferem os shoppings. Carregar objetos por diversos quarteirões é temeroso. E o mais doloroso: a queda vertiginosa no faturamento das lojas do Centro, que um dia já responderam pela terceira maior arrecadação de ICM do Estado.
Não custa lembrar: a pujança do bairro nos tempos em que todos os ônibus circulavam pela rua General Sampaio; os dados do Instituto Gama de Pesquisa que atestam que 68% da população economicamente ativa compram no Centro. E o relato de pessoas que vêm ao Centro porque lá tem de tudo e é mais barato.
Há pouco foi criada faixa exclusiva para a circulação de ônibus na General Sampaio, trecho que vai da avenida Duque de Caxias à Praça da Estação. É motivo de muita satisfação de lojistas e usuários do transporte coletivo. Fui ver in loco. Ficou muito bom, e, desde já, por questão de justiça agradeço o apoio do Sindiônibus, da Etufor e da AMC.
Um lojista da General Sampaio que iria fechar seu comércio decidiu mantê-lo aberta após a iniciativa, simples, mas de vigoroso impacto.
Nós, empresários do Centro, temos um compromisso com a sociedade, que é gerar emprego e renda.
Assis Cavalcante
assisvisao@secrel.com.brLojista e escritor