Atualmente, tem sido reconhecido o uso múltiplo, simultâneo ou paralelo de substâncias lícitas e ilícitas e, entre as muitas combinações, o uso de álcool e outras drogas tem sido o mais comum. Acreditamos que os danos causados pelo uso de bebida alcoólica são quase semelhantes aos de qualquer outra droga, quiçá mais devastadoras devido ao fato de ser muito rapidamente absorvida pelo organismo. Assim, todos deveríamos ser totalmente contra a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e a qualquer ação que gere o incentivo e o aumento deste consumo. Evitar e prevenir esta problemática deveria ser uma regra.

 

A bebida alcoólica causa no organismo modificação psicoemocional e comportamental, ou seja, altera o sistema nervoso, reduz a censura e diminui o autocontrole sendo, portanto, um fator estimulador da agressividade. Consideramos que a venda e o consumo de álcool no interior dos estádios é um indutor do aumento da violência e, consequentemente, da possibilidade da ocorrência de tumulto nas arenas, fato que tira o direito do torcedor e de sua família de vibrar pelo seu time. Os verdadeiros torcedores desejam curtir em paz o espetáculo e as emoções do esporte conhecido como paixão nacional. Entendemos que a prática esportiva, seja ela qual for, deve ser associada ao bem-estar, à felicidade, à busca de melhoria de qualidade de vida, e não ao consumo de bebida.

Em 2009, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou a lei que proíbe, em dias de jogos, o consumo e a comercialização de bebida alcoólica num raio de 100 metros dos estádios. A proibição também está prevista no Estatuto do Torcedor. Sem esquecer a campanha “Ceará sem Drogas”, lançada pela Assembleia Legislativa (AL), com o objetivo de mobilizar a sociedade cearense em torno da prevenção e do enfrentamento à dependência química. O projeto de lei 237 com o objetivo de vender bebidas alcoólicas nos estádios do estado é um retrocesso, um verdadeiro gol contra!

 

Mirian Sobreira

gab.miriansobreira@gmail.com

Deputada estadual (PDT)