A ação judicial foi apresentada na última semana por três mulheres, Kelly Ellis, Holly Pease e Kelli Wisuri, ex-funcionárias da empresa, que trabalharam na Google, em sua sede na Califórnia nos últimos quatro anos. No processo, apresentado na Corte de São Francisco, elas alegam “discriminação sistêmica e profunda no pagamento e na promoção das funcionárias mulheres”. A Google, em resposta, nega ter política discriminatória dentro da empresa.
Kelly Ellis, ex-engenheira de software da Google e uma das mulheres que participam do processo, postou em sua conta no Twitter esperar que a ação judicial force a Google e outras empresas a mudarem suas práticas e compensarem todos de forma justa. “É hora de parar de ignorar essas questões em tecnologia”, escreveu ela.
“Nós trabalhamos bastante para criar um bom ambiente de trabalho para todos e dar a todo mundo a chance de prosperar aqui dentro. Quanto a esse processo específico, vamos revisar em detalhes, mas discordamos das alegações centrais”, afirmou Gina Scigliano, a porta-voz da Google em resposta, à agência AFP.
As empresas do Vale do Silício são acusadas, por vezes, de discriminação salarial por gênero. Há vários outros casos semelhantes noticiados sobre disparidade de remuneração, sob suspeita de alimentação de uma cultura sexista. Em tempos de avanços sociais registrados nas economias, a igualdade entre mulheres e homens no ambiente de trabalho, nas relações trabalhistas e na forma remuneratória não deveria ser ainda uma questão pendente.
Afinal, há diversos outros modos de aferição de competência no meio de trabalho. Conceder maior valor tendo por base tão somente características masculinas é uma prática injusta, desonesta e danosa. Em nada contribui para a construção de uma sociedade calcada no enfrentamento da discriminação por gênero – uma discussão que não pode ficar restrita ao dia 8 de março.