A instituição, que foi pioneira no Estado no atendimento de pessoas que nasceram cegas ou adquiriram a deficiência ao longo da vida, tem sido muito importante para a educação desses indivíduos.
Quando nasci cego, minha mãe pensava que eu não poderia estudar. Um dia, por um desses acasos que só o destino pode explicar, ela encontrou uma mulher dentro do ônibus que falou da existência da SAC.
Ela encontrou o doutor Waldo Pessoa, responsável pela instituição na época, que lhe mostrou como era o processo de educação dos cegos. Minha mãe ficou impressionada ao ver tantos cegos brincando, se divertindo, como se não tivessem deficiência. No dia posterior à visita, comecei a estudar no Instituto dos Cegos. Fui alfabetizado no sistema Braille e pude, pela primeira vez, ler “O pato”, de Vinícius de Moraes.
Foi lá que fiz meus primeiros amigos, amizades essas que mantenho até hoje. Foi no Instituto que comecei a utilizar o computador, a ter aulas de orientação e mobilidade, o que me deu completa independência para andar nas ruas.
Foi lá também que nasceu meu amor pelo jornalismo, por meio da “Voz da Amizade”, serviço de som que animava nossos intervalos. Ao longo desses 75 anos, a SAC tem sido responsável pela habilitação de inúmeras pessoas, capacitando-as para o mercado de trabalho e para a vida.
Neste aniversário, comemorado hoje, além de felicitar a todos que compõem a instituição, convoco aqueles que ainda não conhecem o trabalho lá desenvolvido para que o façam e ajudem a manter essa luz de esperança na vida de quem não pode enxergar.
Carlos Viana
bpcarlosviana@gmail.com