A lógica do governo ilegítimo é a mesma desde que o golpe se consolidou: retirar direitos. O caso é grave, porque não é só mais uma entrega do patrimônio brasileiro, como também uma ameaça à soberania nacional.
A empresa de telefonia Oi é apenas um dos exemplos, catastróficos, do que ocorreu no passado. Às voltas com uma recuperação judicial, já soma R$ 65 bilhões em dívidas – sendo mais de R$ 20 bilhões deles ao próprio erário federal. Nem os cofres públicos ganharam com isso, muito menos existiram ganhos sociais relevantes com aquela privatização.
Áreas essenciais para o progresso nacional e o avanço econômico – como o setor elétrico – nem deveriam ser cogitadas para processos de desestatização. Reduzir o rombo das contas públicas por meio da privatização da Eletrobras não é uma medida positiva para o País, como anuncia o Governo Federal e alardeiam euforicamente o mercado financeiro e os grandes grupos hegemônicos de comunicação. Pelo contrário: vender a maior empresa estatal de energia da América Latina impactará, de forma negativa, no planejamento energético, no desenvolvimento e até nas contas de luz.
O desmonte da Eletrobras é mais um retrocesso promovido por esse governo e que vai privar milhares de brasileiros do acesso à energia. Nós, que integramos o movimento sindical brasileiro e as organizações populares, somos veementemente contra essa medida. A Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico já manifestou preocupação com os rumos do setor. Só nos últimos 15 anos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), houve pelo menos 180 casos de reestatização em 35 países, ente eles: Alemanha, França e Argentina. Dando seguimento ao anunciado pelo Ministério de Minas e Energia, o Brasil caminhará na contramão do progresso.
Wil Pereira
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