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Antonio Mourão Cavalcante: "Brasil à venda"
Opinião

Antonio Mourão Cavalcante: "Brasil à venda"

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Conheci uma família de origem italiana que mantinha uma pizzaria. O pai, mestre Paolo, comandava o negócio que parecia próspero. Mestre Paolo, sua esposa Constanzia e os dois filhos rapazes desdobravam-se em cortesia, sempre oferecendo uma gostosa especialidade napolitana.

 

Mestre Paolo morreu de um infarto fulminante e a pizzaria passou a ser dirigida por sua esposa.


Orientado por seus funcionários e outros “amigos”, o negócio começou a desandar. Aumentavam as dívidas. Os cobradores pressionavam a pobre todos os dias. Uma noite, não tendo mais lenha para usar, determinou ao Chico, ajudante da cozinha, a arrancar as portas divisórias e que não faltasse lenha! Chegou à beira do abismo. Algum tempo depois, a pizzaria foi vendida.


O Brasil está em igual situação. Está vendendo o que significa Brasil. Muitas coisas já foram transferidas aos gringos. Mas a ganância continua a devorar nossas entranhas. Atingimos o máximo. Seja em termos de venda, seja em termos de símbolos: vamos lotear e vender a Amazônia. Expomos à venda a Casa da Moeda.


Não comungo com a ideia de que a Amazônia é intocável, pulmão do mundo e outros argumentos ecológicos, quase românticos. Ali existe algo bem pragmático: as maiores reservas mundiais de nióbio, cobre, ouro e outros metais já detectados. Não é imaginação. Vamos vender nossas reservas. Queimar nosso futuro, destruindo o que se chama de Brasil.


Precisa algo mais símbolo? Estamos vendendo a Casa da Moeda. Lugar onde se fabrica o nosso dinheiro! E, mais grave, local onde se confeccionam passaportes, certificados – carta de identidade, de motorista, diplomas públicos etc. Imagine quanto custa um passaporte zero para uso do Exército Islâmico? Um xeique árabe pode, por meio de laranjas, comprar a Casa da Moeda. E aí? Sabendo disso, os países vão começar a rejeitar os passaportes brasileiros.


Os dirigentes atuais estão acabando o Brasil. É crime de lesa-pátria. Lendo estas notícias, ontem pela manhã, fiquei muito triste. Pela primeira vez em minha vida de quase 70 anos, chorei pela minha pátria Brasil.


Quero fazer alguma coisa. Temos que reagir. Não dá mais para aceitar calado.


Antonio Mourão Cavalcante

a_mourao@hotmail.com

Médico e antropólogo; professor universitário

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