Imagine uma noite tinindo de boa, pessoas que você gosta de ver, palavras que lhe fazem bem ao espírito, energia no ar. Pois bem, foi assim o lançamento do Anuário do Ceará 2017-2018, uma realização O POVO com as digitais de Fábio Campos e Jocélio Leal.
A tecnologia Big Data conferiu mais inovação a esta edição aliando “a nobreza do conteúdo impresso e a presteza da internet”. E, como não podia deixar de ser, este novo Anuário de 150 anos tem a cor de Demócrito Dummar, um Don Juan das ideias fartas e humanas, arquétipo com “alma de poeta, audácia de visionário, radicalmente humano” (O POVO, 25/4/2008).
Demócrito era definitivamente novidade, impulsivamente holístico, inevitavelmente envolvente. Demócrito era disruptivo! Com ele que aprendi cedo esta terminologia, hoje em moda para designar um tipo de inovação que supera a evolutiva, como o Big Data e Mineração de Dados, usados na produção do Anuário.
Demócrito sempre recebia os amigos com um abração por cima do ombro e os conquistava com seu sorriso abastado em recorrentes sonhos, coloridos com a ousadia de sua inventiva... tal qual a filha, estonteante em sua noite festiva. Dava pra sentir a fidelidade à tradição, vindos do punho daquela mulher que martelava no ar sua convicção, feito um cônsul romano. Disse Luciana Dummar: “Este país só vai renascer através da educação. O Anuário é a liga que une as diferenças”.
Antes de partir, cumprimentei Dummar Neto. Nosso abraço demorou mais do que nossas palavras! Disse-me ele: “Meu pai colocava uma ‘lanterna’ sobre pessoas, projetos, instituições que julgava relevantes”.
Foi o caso do IFCE, que implantou, com sua cumplicidade, diversos projetos sociais: Escola 24 horas (aulas na madrugada), a Sorveteria Zé de William (pagamento do picolé sem fiscalização), o Pirambu Digital, cujo primeiro presidente tornou-se engenheiro e aluno do mestrado do ITA etc.
Foi uma noite memorável, simbolizada pelos “estudantes correspondentes” do projeto O POVO Educação que, a convite do governador, subiram radiantes ao palco.
Sem ninguém perceber (nem eu próprio), fiz um discurso que só me dei conta ao chegar em casa: “Não dá pra imaginar o Ceará sem o jornal da Aguanambi 282”. Na verdade, todos se disseram o mesmo nesta noite de muito sol!
Mauro Oliveira
amauroboliveira@gmail.com
Professor do IFCE Aracati; pesquisador Funcap