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Rodrigo R. Cavalcante: "Brasil: salve-se quem puder!"
Opinião

Rodrigo R. Cavalcante: "Brasil: salve-se quem puder!"

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Vivemos numa Nação em que, enquanto a grande massa de profissionais e trabalhadores luta, assiste-se a escândalos que partem inclusive do mais alto comandante da República. No cárcere já estão expressivos empresários, ex-ministro, ex-senador, ex-deputado, ex-comandante da Câmara, ex-governador. Mas, ainda assim, tal fato não inibe. Porque até quem está no cárcere comanda esquemas, inclusive com pagamento de propina. Em tudo na vida há de se ter coragem para a assunção de responsabilidades. Isso ocorre no seio familiar, em que pai e mãe respondem por atos de todos; isso se vê nas empresas, em que o diretor é responsabilizado por tudo; no serviço público, o gestor deve responder por má gestão.

 

No entanto, enquanto o povo amarga índices recordes de desemprego e economia paralisada, o chefe maior da Nação, diante não só de seríssimos indícios, mas de provas, aparece para negar as ocorrências e, pior, dizer que fica!


Ficará, exceto se houver, no País ou uma hecatombe ou um movimento tão forte que pare absolutamente tudo, a ponto de alguém, Deus sabe quem, chegue para o Michel e lhe diga: “presidente, não dá mais!”.


Ficará porque sabe ele que possui diante de si um grande escudo e que, se renunciar, a blindagem sai de cena, com fortes chances de cárcere. E ficará pois não possui ele, em verdade, nenhum compromisso com a Nação, mas apenas consigo mesmo, e pronto!


Diante do caos, haveria de existir, no Texto Constitucional, dispositivo prevendo que, em tais catástrofes institucionais, a saída seria o esvaziamento geral, nos Três Poderes Federais. Saem todos! Não fica nenhum! Nem no STF! Assume o comando dos Poderes grupo de Dezoito Notáveis, desvinculados da Política, Seis no STF, Seis no Executivo e Seis no Legislativo. Neste último, trocar-se-ia quase 700 por Seis, com economia para a Nação e para a Previdência.


Mas a citada solução utópica constitucional, claro, não existe em nossa democracia!


E, enquanto esse enredo nefasto se desenrola, fica a missão árdua de criar filhos, tentando mostrar que o caminho da ética e respeito ao próximo é o melhor, buscando ensinar que tirar o que é de todos é tirar, em última análise, o que é de cada um. Por tudo, começo a acreditar que o homem não “possa sobreviver aos próximos 1000 anos, a menos que nos espalhemos pelo espaço”. (Stephen Hawking)

 

Rodrigo R. Cavalcante

rodrigocavalcante@granlink.com.br

Brasileiro e pai de família; professor universitário

 

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